Jornal Estado de Minas

Presos suspeitos de matar adolescente de 17 anos em ritual de magia

A menor teve o pescoço cortado e o corpo jogado do segundo andar de uma casa onde funcionava o centro de candomblé no Bairro São Bernardo, Região Norte de Belo Horizonte

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri Andréa Silva
- Foto: Edesio Ferreira/EM DA Press


A Polícia Civil apresentou nesta segunda-feira três suspeitos de matar uma adolescente de 17 anos durante um ritual de magia negra no Bairro São Bernardo, Região Norte de Belo Horizonte. O crime brutal aconteceu no dia 31 de outubro de 2013, data escolhida pelos assassinos por ser Dia das Bruxas. A menor teve o pescoço cortado e o corpo jogado do segundo andar de uma casa onde funcionava o centro de candomblé.

Camilla Christina Oliveira de Souza se interessou pela religião e passou por um ritual de iniciação para começar a frequentar o centro. De acordo com a delegada Cristiana Angelini, a jovem recebeu uma guia – um colar – preto que deveria usar sempre. Incomodada com a peça, ela resolveu retirar, o que gerou a raiva do pai de santo Raony Dias Miranda. Ele combinou com outros dois frenquentadores do centro de matar Camilla e “fechar o corpo” dos três. Eles consideraram falta de respeito a adolescente não aceitar a guia.

Delegada Cristiana Angelini disse que os três mataram a jovem porque queriam "fechar os corpos" - Foto: Edesio Ferreira/EM DA PressNo dia 31, os assassinos armaram uma emboscada para a jovem, atraindo Camilla para a casa onde funcionava o centro de candomblé.
Quando ela chegou, foi atacada com uma “gravata” por Warley dos Reis Valentin da Silva, que teve ajuda de Kliver Marlei Alves dos Santos. Os dois seguraram a menor e Raony cortou o pescoço dela com uma faca. Em seguida, os três beberam o sangue da adolescente, arrastaram o corpo e o jogaram do segundo andar da casa. O corpo de Camilla foi encontrado na calçada da casa cheio de fraturas.

Os envolvidos fugiram logo depois do crime. Policiais foram até o local para recolher o corpo e fazer perícia, mas acharam estranho o cadáver estar sem sangue. Ao entrar no imóvel acharam o sangue dentro de uma bacia, junto com a faca usada no crime. Testemunhas informaram aos policiais que ouviram muitos gritos quando a menina foi morta e que os assassinos colocaram som alto para disfarçar. O irmão de Camilla, também ouvido pela polícia, disse que recebeu uma ligação no dia do assassinato com alguém se identificando como lúcifer e avisando que algo ruim aconteceria.

Quando foram presos, os envolvidos negaram o crime. Disseram que um rapaz matou Camilla e os obrigou a jogar o corpo. Os três já tem passagens na polícia por tráfico de drogas e Kliver foi preso recentemente por porte ilegal de arma. .