As imagens das câmeras de vigilância dos prédios próximos ao local do crime são a única pista da Polícia Civil até agora para tentar identificar os assassinos do estudante de engenharia de produção Matheus Salviano Botelho de Morais, de 21 anos. Ele foi executado com três tiros por dois assaltantes, que levaram o Punto cinza OPK 7275 dele, por volta das 22h de sexta-feira, no Bairro Gutierrez, na Região Oeste de Belo Horizonte.
Como foi latrocínio (roubo seguido de morte), o caso foi entregue ontem ao delegado Hugo Malhano, da Divisão Especializada de Operações Especiais (Deoesp). “Estamos recebendo apoio das polícias Civil e Militar. Por enquanto, eles estão analisando as imagens para traçar a rota de fuga dos bandidos. Vão tentar identificar o rosto dos criminosos no vídeo para comparar com o álbum de fotografia de suspeitos que a polícia tem”, informou Leonardo Rezende, primo de Matheus.
Equipes da Deoesp estiveram nessa segunda-feira na casa do tio de Matheus, o empresário Benedito Rezende, de 58, que mora quase em frente ao local do crime, que aconteceu na esquina das ruas Almirante Tamandaré e Estácio de Sá. As imagens obtidas do prédio dele mostram o estudante subindo a Rua Estácio de Sá em direção ao Punto. Minutos depois, o carro surge descendo a rua em alta velocidade, levado pelos ladrões.
Uma vizinha informou que subia de carro a Estácio de Sá e viu o Punto descendo em alta velocidade, acompanhado de outro carro, mas ela não identificou o modelo ou placa, possivelmente dirigido por um comparsa dos criminosos. Os carros entraram na contramão na Rua Desembargador Dionísio Cerqueira, em alta velocidade, segundo ela.
FISIOTERAPEUTA Outro assassinato que desafia a polícia é o do fisioterapeuta Christiano D’Assunção Costa, de 34 anos, que pode estar relacionado ao trabalho dele na Câmara Municipal de Belo Horizonte, onde era chefe do setor de compras. Ele levou dois tiros, um na nuca e outro na cabeça, na noite de 28 de janeiro, quando deixava a academia onde era sócio, no Bairro Buritis, Região Oeste de BH. “Pode ser vingança, acerto, algo ligado ao trabalho dele”, informou o delegado responsável pelo caso, Alexandre Oliveira da Fonseca, da Homicídios Barreiro.
Na sexta-feira, segundo o policial, surgiu nova hipótese do que pode ter motivado o crime, mas ele prefere mantê-la em sigilo para não atrapalhar as investigações. “É um caso difícil e ainda não tenho uma linha de investigação definida. Trabalho com várias hipóteses”, disse Alexandre, que também não descarta a possibilidade de latrocínio (roubo seguido de morte), embora não haja informações de que o assassino tenha levado algo da vítima.
Alexandre disse que sua equipe está toda empenhada na apuração desse crime. “Pararam tudo que estavam fazendo. Trabalhamos sexta-feira até a meia-noite levantando os últimos passos da vítima. Conseguimos imagens de câmeras de segurança e estamos apurando se o criminoso avançou algum sinal na hora da fuga para identificar o veículo”, disse Alexandre.
Testemunhas afirmaram que um homem armado teria batido no vidro do carro de Christiano e ordenado que ele descesse. O veículo teria se movimentado e o suspeito atirado. O criminoso fugiu com um comparsa em um Fiesta prata.