Jornal Estado de Minas

Governo de Minas prevê 15 mil vagas em presídios até 2015

Aumento faz parte do Plano Mineiro de Humanização do Sistema Prisional

Tiago de Holanda
Unidade em Ribeirão das Neves, Grande BH: déficit do sistema é de 18 mil vagas - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press %u2013 17/01/2013

O governo de Minas lançou nessa terça-feira editais de licitação para a construção de dois presídios e a ampliação de outros quatro, o que resultará em 1.740 novas vagas para detentos. A previsão é que as obras comecem em três meses e sejam concluídas em março de 2015. Nos próximos 30 dias devem ser publicados editais para mais nove unidades, com a previsão de 3.745 vagas. Os prédios, destinados a presos em regimes fechado e semiaberto, custarão R$ 171,6 milhões, divididos entre estado (R$ 58,6 milhões) e União (R$ 113 milhões). Os projetos fazem parte do Plano Mineiro de Humanização do Sistema Prisional, que tem como meta chegar a quase 15 mil novas vagas no ano que vem.

Dos editais lançados ontem, um presídio será construído em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas, com 30 mil metros quadrados, capacidade para 306 detentos e investimento estadual de R$ 9,8 milhões. Outro será erguido em Poços de Caldas, no Sul, com 306 vagas, 50 mil metros quadrados e orçamento de R$ 10,9 milhões. Outras 1.128 vagas serão criadas com a ampliação de unidades em Alfenas e Itajubá, ambas no Sul de Minas, Divinópolis, no Centro-Oeste, e Montes Claros, no Norte.

Os editais restantes prevêem a construção de presídios em Ubá (Zona da Mata), Iturama (Triângulo Mineiro), Pirapora (Norte), Barbacena (Região Central), Machado e Lavras (ambas no Sul de Minas), cada um com 388 vagas, e em Esmeraldas (Grande BH), com 603.
Também haverá unidades femininas em Pará de Minas (Central) e Uberlândia (Triângulo), com capacidade para 407 detentas cada. Nessa etapa serão investidos R$ 113 milhões, informa o governo.

A previsão é que até 2015 sejam criadas 14,9 mil vagas no sistema prisional de Minas, com investimentos de R$ 155 milhões do governo federal e R$ 108 milhões do governo estadual. Está prevista ainda a implantação de 3 mil tornozeleiras eletrônicas e a construção de sete novas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs), além da duplicação de quatro presídios em Unaí (Noroeste de Minas), Governador Valadares e Ipaba (ambas no Vale do Rio Doce) e Ribeirão das Neves (Região Metropolitana de BH. Também no município da Grande BH, o complexo penitenciário público privado (PPP), que tem duas unidades em operação, deve inaugurar outras três até o fim do ano, com 2.016 novas vagas.

A criação de quase 15 mil vagas, porém, é insuficiente para acabar com o déficit atual, de 18 mil, segundo informa a própria Subsecretaria de Administração Prisional. “Zerar isso é uma meta praticamente impossível, mas estamos trabalhando para diminuir muito, sobretudo resolvendo problemas críticos em cidades como Poços de Caldas, Pirapora e Lavras, que têm unidades muito ruins”, diz o secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz. “Dessa forma, vamos aumentar a capacidade de ressocialização dos presos, que é muito difícil em unidades antigas, superlotadas”, acrescenta.

Ferraz acredita que as cerca de 110 cadeias mantidas pela Polícia Civil sejam desativadas em um ano. “Hoje temos 5 mil presos com a Civil. Vamos liberar os agentes para a atividade de investigação e os militares, que fazem acautelamento de cadeias, para o policiamento ostensivo nas ruas”, diz. O secretário informou ainda que um bloqueador de celular passará a funcionar em 12 de março na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. “Também estamos preparando licitação para a instalações do aparelho em Francisco Sá, Uberlândia, Montes Claros e Ribeirão das Neves.”.