Jornal Estado de Minas

Capivaras da Lagoa da Pampulha serão levadas para fazendas no interior de Minas

Fundação Zoobotânica fará chamamento público para contratar empresa de remoção e transporte dos mamíferos

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri

Imagem das capivaras na manhã desta quarta-feira na orla da lagoa - Foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press

Está definido o destino de mais de 200 capivaras que habitam o entorno na Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte. Os animais serão levados para fazendas no interior de Minas, depois de convênio informal firmado nesta quarta-feira entre a prefeitura e uma instituição pública que irá recebê-las. A assessoria do vice-prefeito Délio Malheiros não divulgou o nome da instituição, mas em janeiro deste ano o Estado de Minas mostrou que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se mostrou disposta a receber os mamíferos.

A PBH ainda não assinou acordo com a instituição, que será contratada em regime emergencial sem licitação. A administração pública vai aguardar o resultado de um chamamento público, coordenado pela Fundação Zoobotânica, para contratar uma empresa especializada capaz de remover os animais e transportar para o interior. A prefeitura espera que essa retirada seja feita o mais rápido possível, mas ainda não há prazo definido.

A UFMG tem uma fazenda modelo de 660 hectares em Pedro Leopoldo, na Grande BH, e já havia informado para a PBH que há espaço suficiente para receber as habitantes da Pampulha. Em caso de mudança para esse terreno, os bichos deverão passar ainda por uma quarentena para ser verificado, principalmente, se são hospedeiros do carrapato estrela, transmissor da febre maculosa.

A remoção de capivaras foi inicialmente motivada pelo pisoteio causado por elas nos jardins de Burle Marx.

Há também a preocupação com problema relacionado ao carrapato-estrela, que transmite a febre maculosa e se hospeda nas capivaras. Além disso, no fim do ano passado, dois pousos de aviões no Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, o Pampulha, foram abortados porque os pilotos observaram a presença dos animais no leito do Córrego da Pampulha, nas proximidades da pista de pouso.

Também em novembro, três capivaras foram atropeladas próximo à Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), no Bairro Braúnas e o laudo de necropsia apontou que elas ingeriram a substância tóxica carbamato, usada em larga escala em pesticidas agrícolas e até em produtos domésticos, o que não dá margem para afirmar se houve envenenamento proposital.

A capivara é o maior roedor do mundo, medindo até 1,30m de comprimento e 0,60m de altura. Pode chegar a 100kg, mas seu peso médio é de 50kg para fêmeas e 60kg para machos. Vivem normalmente em grupos de dois a 30 indivíduos, em que há sempre um casal dominante. Herbívoro, o animal consome de três a quatro quilos de vegetação fresca por dia. Reproduz-se a partir dos dois anos. O período de gestação varia de 120 a 140 dias, ao fim dos quais uma fêmea adulta pode ter de dois a seis filhotes, e mais de uma cria por ano. Onças, jacarés e piranhas são seus predadores naturais.

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