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Estado de Minas

Conheça os desafios no caminho do BRT de BH

Gargalos em vários trechos terão que ser solucionados para o início das operações antes da Copa


postado em 14/02/2014 06:00 / atualizado em 14/02/2014 07:17

Na Estação de Integração Pampulha, fundamental para a operação do ramal Antônio Carlos/Pedro I, ainda há muito serviço pela frente (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Na Estação de Integração Pampulha, fundamental para a operação do ramal Antônio Carlos/Pedro I, ainda há muito serviço pela frente (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

O novo cronograma de operação do Move, o transporte rápido por ônibus (BRT) de Belo Horizonte, anunciado esta semana pela prefeitura, indica os desafios que ainda terão de ser superados para que o sistema esteja em pleno funcionamento em maio. O Estado de Minas percorreu nessa quinta-feira as avenidas Antônio Carlos, Pedro I e Cristiano Machado e verificou os principais gargalos. As estações Pampulha e São Gabriel, pontos-chave da operação em cada um dos corredores, e as obras na Pedro I são as intervenções que mais demandam atenção.

Na Antônio Carlos está sendo instalada a rede elétrica de várias estações de transferência. Em alguns trechos, o piso passa por ajustes. Catracas ainda precisam ser colocadas na maioria dos terminais, bem como as placas de vidro temperado nos guarda-corpos que delimitam os corredores entre um módulo e outro. A recuperação ou construção de passagens de pedestres é o foco em algumas estações, como a localizada perto da Regional Pampulha, no Bairro Santa Rosa.

A Estação Pampulha, na Avenida Portugal, fundamental para o início da operação do BRT Antônio Carlos/Pedro I, ainda tem muitas obras em curso. Tanto a parte superior, destinada à parada das linhas alimentadoras, que chegarão dos bairros, quanto as plataformas em que vão embarcar os passageiros das linhas troncais estão sendo construídas.

Na Avenida Pedro I fica um dos principais gargalos: o viaduto nas proximidades do Parque Lagoa do Nado, no Bairro Planalto. De acordo com funcionários da obra, a conclusão da estrutura é fundamental para o início das intervenções na pista do corredor exclusivo do BRT. No canteiro de obras, as informações são de que serão necessários pelo menos dois meses para terminar o elevado.

Logo depois do parque, a partir do cruzamento com a Avenida Doutor Cristiano Guimarães, os operários também trabalham na pista. Na Avenida Vilarinho, até a altura da estação Venda Nova, há obras no pavimento e faltam vidros nos guarda-corpos. O viaduto ligando a Cristiano Machado à Estação Vilarinho está sendo concluído, assim como as obras do terminal que receberá os BRTs.

A estação São Gabriel, na Região Nordeste, é a mais adiantada. Ela deveria ter sido entregue em 29 de novembro do ano passado, conforme o informativo que havia no local. De acordo com operários, o telhado será coberto até hoje. A parte superior, onde funcionarão postos de atendimento, como os da BHTrans e Polícia Militar, está concluída. No térreo, falta instalar as catracas e terminar as intervenções da área externa. Ao longo da Cristiano Machado, as estações de transferência demandam detalhes. Em algumas falta circuito de vigilância, sistema de vídeo, conclusão dos guarda-corpos e instalação de catracas.

O prefeito Marcio Lacerda disse ontem que atrasos no início da operação do BRT já eram previstos desde o fim do ano passado, mas garantiu que todo o sistema estará em funcionamento até maio, permitindo que sejam feitos testes antes da Copa do Mundo. “Essa polêmica, se está ou não atrasado, é uma polêmica pequena, menor. Eu disse no fim do ano passado que nós tínhamos o objetivo de começar a operar em fevereiro, mas que poderiam ocorrer atrasos”, afirmou, durante cerimônia de assinatura do contrato para instalação do Consulado dos Estados Unidos em Belo Horizonte.

Lacerda disse que é positivo o fato de a operação começar gradualmente. “É um sistema complexo, com muita tecnologia. Não se pode implantá-lo de uma vez só”, disse, reiterando que em Santiago (Chile) a entrada em funcionamento de todas as linhas do BRT resultou em um dia caótico. “Isso é algo que nós aprendemos. Inclusive, é preciso testá-lo sem passageiros.” Segundo o prefeito, relatório do governo federal deve pôr a capital mineira na liderança de execução das obras de mobilidade para a Copa do Mundo.


Enquanto isso...
...Oposição
fala em CPI


Após mais um atraso no cronograma de inauguração do Move, a oposição ao governo na Câmara Municipal anunciou ontem a intenção de criar a CPI do transporte público em Belo Horizonte. A proposta foi feita pelo vereador Pedro Patrus (PT), que pretende investigar os vários problemas ocorridos durante a implantação do BRT na capital. O parlamentar cobra explicações sobre questões como os gastos com o sistema e a interdição do viaduto em construção na Avenida Pedro I. Para que as investigações sejam instauradas, a bancada da oposição deve conseguir adesão de pelo menos 14 vereadores (um terço do total).


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