Jornal Estado de Minas

BR-381 é liberada em Betim após quase 24 horas de interdição

Demora em liberar a rodovia se deu por um impasse entre a empresa responsável pela carreta que tombou e a concessionária que administra o trecho

João Henrique do Vale Landercy Hemerson
A carreta tombou na rodovia às 21h de segunda-feira e só foi retirada às 20h20 de terça - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press

Os motoristas que trafegam pela BR-381 no trecho entre Belo Horizonte e São Paulo tiveram um alívio na noite desta terça-feira. A rodovia foi liberada por volta das 20h20 depois de ficar quase 24 horas fechada por causa de um acidente entre uma carreta e um caminhão na noite de segunda-feira. Um dos veículos tombou e ficou atravessado na pista em direção à capital mineira. O congestionamento se manteve em 11 quilômetros durante todo do dia, o que causou revolta e testou a paciência dos condutores.


Veja imagens do acidente e do congestionamento

A demora para a liberação da rodovia começou com o impasse de como seria feito o trabalho. A empresa responsável pelo veículo, a NC Transporte, chegou no local do acidente por volta das 14h30 para tentar o destombamento da carreta. Porém, teve dificuldades por causa do peso da carga transportada, que era de 31 toneladas de cimento. O empresário Nelson Antônio da Silva, responsável pelo veículo, afirmou que não teve qualquer apoio da administradora da rodovia para resolver a questão.
“Pago mensalmente R$ 3 mil de pedágio e a única coisa que os funcionários da Autopista disseram, no começo da manhã, era para que providenciasse a retirada da carreta e limpasse a pista. Não deram qualquer apoio operacional e nem mesmo indicaram empresas que poderiam realizar o serviço. Com isso, somente às 14h teve início o serviço de resgate para liberar as pistas”, explicou.

A Autopista Fernão Dias informou que é responsável pela liberação da pista quando ocorrem acidentes. Porém, não é responsável pelo trasbordo da carga, o que possibilitaria o destombamento do veículo com rapidez. No caso desta terça-feira, a concessionária disse que foi necessário a presença de um equipamento com capacidade de remoção maior (guindaste) que os guinchos que a concessionária possui por obrigação contratual. Nesses casos, a Autopista diz que comunica o responsável pela carga e orienta sobre acionamentos de recursos próprios.

O acidente

O acidente aconteceu por volta de 21h de segunda-feira. A carreta seguia em direção a São Paulo, quando o motorista perdeu o controle da direção, invadiu a pista contrária e bateu de frente com um caminhão. O carreteiro sofreu escoriações leves e o condutor do caminhão foi socorrido com fratura numa das pernas, e levado para o Hospital Regional de Betim. Um desvio teve que ser improvisado, mas ainda assim o trânsito ficou congestionado.

Desde a noite de segunda-feira, o fluxo foi desviado pelo contorno que dá acesso à ponte do local do acidente. Por causa do grande número de veículos que passa pela região, o congestionamento ultrapassou os 10 quilômetros ao longo do dia. A fila começava desde o km 511 e chegou até o 501, que está localizado em Igarapé.

Em todo o trajeto, ambulantes aproveitam o trânsito parado para faturar. Várias pessoas estão às margens da pista oferecendo água, frutas, pipocas e outros alimentos. Alguns condutores, que não tiveram a paciência para esperar na rodovia, tentam desviar por dentro de Igarapé e São Joaquim de Bicas.

A fila de veículos ultrapassou os 11 quilômetros durante todo o dia - Foto: Rafael Arruda/EM/D.A.Press.