Jornal Estado de Minas

Assaltos disparam e insegurança toma conta de passageiros na conexão para Confins

Fora cinco ocorrências desde o início do ano, todas no período da noite. PM diz que reforçou policiamento

Tiago de Holanda

A linha convencional do ônibus que faz a conexão entre Belo Horizonte e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana, já foi assaltada cinco vezes desde o início do ano, duas em janeiro e três neste mês, todas no período da noite.

O último ataque ocorreu às 18h30 de terça-feira, segundo o gestor comercial da Unir, empresa responsável pelo serviço de transporte, Murilo Sérgio. O número é mais que o dobro dos dois assaltos registrados em 2013. Quatro casos já estão sendo investigados pela Polícia Civil, mas nenhum suspeito foi identificado. Com a proximidade da Copa do Mundo, o problema preocupa até a Diretoria de Fiscalização do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). A Polícia Militar afirma que operações e blitzes no percurso foram reforçadas.

Os ônibus da linha convencional saem da Rodoviária da capital, no Centro, e têm passagem mais barata que a executiva, que parte de um ponto na Avenida Álvares Cabral. Todos os assaltos foram executados à mão armada, mas ninguém foi agredido, segundo a Polícia Civil. O gestor comercial da Unir informa que o último roubo foi praticado por três homens que embarcaram na rodoviária e anunciaram o assalto na rodovia MG-010, em Vespasiano, Grande BH.
Na altura do Bairro Angicos, os criminosos mandaram o motorista pegar um retorno e entrar em uma estrada que faz a ligação com a MG-424. “Depois de recolherem pertences dos passageiros, desceram na estrada e fugiram”, conta Sérgio. Na noite de ontem a ocorrência ainda não havia sido encaminhada à Polícia Civil.

Segundo a delegada Nicole Perim, responsável pelos inquéritos dos outros quatro assaltos, dois deles foram praticados pelo mesmo homem, por volta das 21h30 de 8 de janeiro e das 21h40 de 2 de fevereiro. Ele foi filmado pelo circuito interno dos ônibus, mas ainda não foi identificado. O criminoso embarcou em um ponto próximo ao Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova, e anunciou o assalto na MG-010. Ele ordenou que o motorista retornasse a BH e desceu na altura do Bairro Santa Clara, em Vespasiano.

“Para não levantar suspeitas, os criminosos sempre mandam o condutor manter o ônibus em movimento enquanto fazem um verdadeiro arrastão”, relata a delegada. Os outros dois assaltos ocorreram às 20h50 de 9 de janeiro e às 19h15 do último domingo, e foram praticados por duplas. “Também anunciaram o assalto na MG-010 e mandaram o motorista voltar a BH. Não sabemos onde embarcaram ou desceram”, diz Nicole.

Segundo o gestor comercial da Unir, a linha convencional tem 25 ônibus e faz 136 viagens diárias, somados os dois trajetos. Cada veículo tem quatro câmeras. “O número de assaltos aumentou muito, talvez porque os bandidos encontraram facilidade, viram que falta policiamento. Os clientes acham que temos capacidade de resolver, mas não podemos fazer nada”, diz.

Representantes da empresa se reuniram ontem com o diretor de Fiscalização do DER-MG, João Afonso Baeta.
Segundo ele, o órgão entrará em contato com a Diretoria de Meio Ambiente e Trânsito da PM. “Vamos adotar estratégias conjuntas”, diz. Ele também planeja entrar em contato com o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) Regional de Minas. “O centro será responsável pela segurança na Copa. Queremos que sejam intensificadas as ações na MG-010, especialmente à noite, quando estão ocorrendo os assaltos, para eliminá-los até o torneio”, acrescenta. “As ocorrências aumentaram porque os bandidos descobriram que a presa é fácil”, acredita.

A PM informou em nota que desde o aumento do número de assaltos aos ônibus da conexão para Confins “as operações e blitzes que já eram realizadas foram potencializadas”.

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