Jovens frios, perigosos e reincidentes no crime. Esse é o perfil dos três suspeitos da morte do estudante de engenharia de produção Matheus Salviano Botelho de Morais em um latrocínio no Bairro Gutierrez, Região Oeste de Belo Horizonte, na noite de 7 de fevereiro. O trio, que faz parte de uma quadrilha de roubo de carros, foi preso nesse sábado pela Polícia Militar após perseguição na Região do Barreiro. Sem demonstrar arrependimento, um deles, J.P.F.R., de 18 anos, confessou a policiais participação no roubo, que “deu errado”. A Polícia Civil, responsável pelas investigações, informou que já investigava o trio. O chefe da Divisão de Operações Especiais (Deoesp) da Polícia Civil, Vanderson Gomes, informou que esperava a coleta de provas suficientes para pedir a prisão deles.
Os suspeitos têm passagens por furto, roubo, ameaça, receptação, homicídio, tráfico de drogas e falsificação de placas de carros. J.P., que confessou o crime, fugiu do Centro de Internação Provisória Dom Bosco (Ceip), no Bairro Horto, Região Leste, em 8 de janeiro. Ele cumpria medida socioeducativa por ter matado o motorista de um ônibus que o fechou na Avenida Pedro II. Já R.C.A., de 25, aguarda julgamento por ter atropelado e matado um pedestre durante uma fuga na Avenida Portugal. O terceiro detido é J.C.S., de 19.
O estudante Matheus Morais foi morto depois de visitar um amigo que se recuperava de uma cirurgia. Ele estacionou o carro, um Fiat Punto, na esquina das ruas Almirante Tamandaré e Estácio de Sá, no Gutierrez. Quando voltou, foi abordado por assaltantes. Testemunhas de um prédio contaram que o rapaz não reagiu, mas mesmo assim foi atingido por três tiros. A suspeita é que o carro dele tenha sido encomendado para a quadrilha dos jovens presos.
Alívio
A família de Matheus acompanha de perto as investigações e se diz aliviada após a notícia da prisão. Andréia Fonseca, prima do estudante, conta que os familiares nunca perderam a esperança de que os culpados fossem encontrados. “A gente agora quer que a justiça seja feita. Se Deus quiser, para que não façam mais com família nenhuma o que fizeram com a gente”, desabafa. Ela diz que, após o crime, seus parentes se sentem inseguros e não querem mais sair de casa. “De uma forma geral, a gente está vivendo uma situação complicada. A coisas precisam ser revistas. Essas pessoas que cometem crimes precisam entender que a sociedade está cansada, que não queremos perder mais ninguém. O Matheus não volta mais. Mas e os outros Matheus?”, concluiu.