A greve dos trabalhadores do transporte coletivo também causa transtornos em cidades da Grande BH. Passageiros chegaram a esperar mais de uma hora nos pontos de ônibus. Também há relatos de escolas que tiveram de suspender as aulas. Representantes dos trabalhadores do transporte coletivo e do sindicato patronal vão participar de uma reunião na tarde desta segunda-feira no Ministério Público do Trabalho, na capital.
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Em Betim, a situação ficou complicada no início da manhã. De acordo com Marcelino Antônio Alexandre, presidente do Sindicato dos Rodoviários da cidade, na parte da tarde os funcionários vão acatar a determinação judicial de garantir 50% da frota circulando e 70% no horário de pico. “Atingimos o objetivo na parte da manhã de 70% de funcionários parados. Depois ficou tranquilo. Liberamos os rodoviários para ficarem dentro da lei. À tarde apenas 30% vão aderir ao movimento para não termos problemas”, explicou.
Segundo Marcelino, os rodoviários estão confiantes de que seja aberta uma negociação em reunião no MPT, nesta tarde. “Provavelmente deve ter alguma proposta dos patrões. Caso não tenha, vamos manter a paralisação e vamos parar tudo”, disse. De acordo com a Transbetim, empresa que administra o trânsito na cidade, houve tumulto e atrasos na parte da manhã, mas agora o movimento está normalizado.
Em Ribeirão das Neves, a situação foi mais tranquila. A empresa Saritur, responsável pelos ônibus na cidade, informou que 80% dos passageiros foram trabalhar normalmente. Houve atrasos em algumas viagens, porém, todas as linhas funcionaram nesta segunda-feira.
Problemas de atrasos também foram registrados em Contagem. Passageiros relataram que chegaram a esperar por mais de uma hora um veículo da linha 102 (Jardim Industrial / Maracanã) no Bairro Bandeirantes. Normalmente, o coletivo demora aproximadamente 10 minutos. Por causa do atraso, o carro chegou lotado na Estação Eldorado.
A paralisação também causou problemas em algumas escola da cidade. Por meio do Facebook, a Escola Municipal Machado de Assis, no Bairro Amazonas, informou que as aulas estão suspensas por causa da greve. A Prefeitura de Contagem ainda não sabe quantas instituições foram prejudicadas.
Balanço na capital
A BHTrans divulgou às 14h um novo balanço da paralisação em Belo Horizonte. Considerando todo o sistema de transporte coletivo convencional, o sistema de transporte está funcionando com 39% das viagens programadas, abaixo do que determinou a Justiça.
Conforme a empresa que administra o trânsito na capital mineira, 20% das linhas do sistema estão operando normalmente, ou seja, cumprindo mais de 70% das viagens programadas. Outros 39% operam parcialmente, cumprindo entre 30% e 70% das viagens, e 41% das linhas operam precariamente, quando não são realizadas nem 30% das viagens programadas.
As estações Barreiro, Diamante, Venda Nova e Vilarinho seguem 100% paralisadas. Já na Estação São Gabriel, apenas as linhas 807 e 8350 estão paralisadas.
Reunião no MPT
Representantes dos trabalhadores do transporte coletivo e do sindicato patronal vão participar de uma reunião na tarde desta segunda-feira no Ministério Público do Trabalho na capital. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte (STTRBH) e Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) foram convidados para um encontro às 15h na sede do MPT, conforme as entidades. A expectativa é de que seja realizada uma rodada de negociações entre as partes.
A categoria reivindica reajuste salarial de 21,5%, jornada de trabalho de seis horas, ticket de alimentação com 30 folhas no valor de R$ 15 e piso salarial com valor 30% acima do motorista do transporte convencional para os condutores do BRT/Move. A última greve dos rodoviários aconteceu em 2012 e durou quatro dias. (Com informações de Luana Cruz e Cristiane Silva)