Apesar do lucro do período, ainda não há previsão de impacto nas tarifas do transporte coletivo. O diretor de Transporte Público da BHTrans, Daniel Marx Couto, esclareceu que somente a partir de março a empresa terá como um relatório conclusivo da consultoria Ernst & Young, contratada pela prefeitura para verificação independente dos contratos.
“A revisão de quatro anos é uma forma de recompor custos, a mais ou menos, de reequilibrar o sistema para cima ou para baixo. Os dados são fundamentais para a projeção dos 16 anos seguintes”, explicou. Daniel alertou sobre o risco de análises isoladas, lembrando que a concessão é de 20 anos, com taxa interna de retorno de 8,95% dos investimentos. “Nos primeiros quatro anos, corre-se o risco de encontrar um percentual bem abaixo no comparativo, já que os investimentos são recentes”.
Dos quatro anos, apenas 2012 apresentou resultados negativos, com prejuízo de R$ 25,9 milhões para os empresários.
O resultado dos estudos, que vinha sendo reivindicado por representantes de movimento sociais, permitirá a projeção e avaliação de fluxos de caixas ao longo do prazo de concessão, até 2028. Com base nas projeções será calculado o coeficiente de reequilibro econômico dos contratos, mantendo a taxa de retorno da concessão de 8,95%. Porém, somente em março serão divulgados os dados finais. Para André Veloso, integrante do movimento “Tarifa Zero”, os estudos contemplam as reivindicações por informações sobre as receitas e custos do sistema, mas a falta de uma política de participação dos usuários no processo ainda deixa desconfiança sobre a gestão do sistema.