Um lucro líquido de R$ 53,4 milhões. Esse foi o resultado dos empresários nos quatro primeiros anos das concessões do Sistema de Transporte Público por ônibus de Belo Horizonte, depois da renovação de 2008. Os estudos econômico-financeiros e a verificação do cumprimento às cláusulas contratuais por parte dos concessionários, foram anunciados pela prefeitura por meio da BHTrans, que divulgou os dadosna segunda-feira. A cada quatro anos, serão apresentados novos levantamentos, conforme consta no contrato de 20 anos assinado entre a administração municipal e os consórcios que prestam o serviço.
Apesar do lucro do período, ainda não há previsão de impacto nas tarifas do transporte coletivo. O diretor de Transporte Público da BHTrans, Daniel Marx Couto, esclareceu que somente a partir de março a empresa terá como um relatório conclusivo da consultoria Ernst & Young, contratada pela prefeitura para verificação independente dos contratos.
“A revisão de quatro anos é uma forma de recompor custos, a mais ou menos, de reequilibrar o sistema para cima ou para baixo. Os dados são fundamentais para a projeção dos 16 anos seguintes”, explicou. Daniel alertou sobre o risco de análises isoladas, lembrando que a concessão é de 20 anos, com taxa interna de retorno de 8,95% dos investimentos. “Nos primeiros quatro anos, corre-se o risco de encontrar um percentual bem abaixo no comparativo, já que os investimentos são recentes”.
Dos quatro anos, apenas 2012 apresentou resultados negativos, com prejuízo de R$ 25,9 milhões para os empresários. De uma receita operacional líquida de R$ 1.005 bilhão, o setor teve um custo operacional de R$ 913 milhões e ainda mais R$ 119 milhões em depreciação dos veículos. O diretor da BHTrans admite que em 2013, apesar dos benefícios de isenção tributária e suspensão da cobrança do Custo de Gerenciamento Operacional (CGO), a previsão não é de lucro líquido.