Jornal Estado de Minas

Rodoviários e patrões tentam conciliação na Justiça do Trabalho para acabar com greve

A reunião é presidida pela juíza da Primeira Instância, Wilmeia da Costa Benevides, que atua no núcleo de conciliação de 2º grau

João Henrique do Vale
Movimento dos ônibus aumentou nas ruas na tarde desta terça-feira - Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press

Representantes dos trabalhadores do transporte coletivo e do sindicato patronal estão reunidos na tarde desta terça-feira no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na Avenida Getúlio Vargas, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para uma audiência de conciliação. Os rodoviários estão em greve desde segunda-feira. A sessão é presidida pela juíza da Primeira Instância, Wilmeia da Costa Benevides, que atua no núcleo de conciliação de 2º grau.

Antes da audiência, o diretor financeiro do Sindicato dos Rodoviários de BH e Região Metropolitana, Denilson Dorneles, afirmou que tem esperança que seja feito um acordo. “Claro que estamos com a expectativa, não com grande coisa. Mas esperamos que os patrões ou o tribunal faça uma proposta para levar para os trabalhadores”, explicou.

Caso haja uma proposta, ela será levada para assembleia, mas não nesta terça-feira. “Temos que reunir para decidirmos o que vai acontecer.
Não teremos tempo para fazer isso hoje”, comentou. Ao ser questionado se a greve continua mesmo com a proposta, o diretor financeiro preferiu não responder.

Motoristas e cobradores reivindicam reajuste salarial de 21,5%, jornada de trabalho de seis horas, ticket de alimentação com 30 folhas no valor de R$ 15 e piso salarial com valor 30% acima do motorista do transporte convencional para os condutores do BRT/Move.

O em.com.br entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram), mas ninguém quis dar declarações antes da reunião. Nessa segunda-feira, após a reunião entre empregados e patrões no Ministério Público do Trabalho (MPT), o presidente do sindicato, Rubens Lessa Carvalho, informou o ponto que causa impasse nas reivindicações da categoria são as horas de trabalho e o aumento salarial. Conforme Carvalho, o reajuste de 21% está fora da realidade, pois o índice da inflação foi de 5,4%.

Paralisação em BH

Aos poucos, o número de ônibus nas ruas da capital mineira vai crescendo neste segundo dia de paralisação. De acordo com o boletim da BHTrans, divulgado às 15h30, 57% das viagens programadas para esta terça-feira estão ocorrendo. A Estação Venda Nova, um dos terminais que estava parado desde o início da greve dos rodoviários na segunda-feira, voltou a funcionar operando com 35% das viagens programadas. Segundo a BHTrans, continuam fechadas apenas as estações Barreiro, Diamante e Vilarinho. As estações São Gabriel e José Cândido estão com movimento normal desde cedo.

Nesta terça-feira, a Polícia Militar registrou casos de vandalismo com depredação de veículos das linhas 901, 9202 e 9407 na região leste. O trânsito também ficou complicado por causa do elevado número de carros que foram para as ruas em decorrência da falta de coletivos.
Pelo segundo dia, a mobilização dos profissionais do transporte prejudicou o atendimento em restaurantes populares, que ficaram sem funcionários para cozinhar e servir as refeições..