Jornal Estado de Minas

Estações abrem e ônibus voltam a circular normalmente em Belo Horizonte

Greve dos funcionários do transporte coletivo foi suspensa na noite de ontem após uma audiência de conciliação com o sindicato patronal. Proposta será apresentada aos trabalhadores nesta tarde

Cristiane Silva
Após dois dias de greve dos trabalhadores do transporte público, os ônibus voltaram a circular normalmente na manhã desta quarta-feira, de acordo com a BHTrans.
A companhia informou que as estações São Gabriel, José Cândido, Venda Nova, Vilarinho, Barreiro e Diamante estão abertas. Os coletivos que não passam pelos terminais também voltaram às ruas.

A paralisação foi suspensa na noite passada, após uma audiência de conciliação entre representantes dos rodoviários e do sindicato patronal no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A juízado do Núcleo de Conciliação do 2º Grau do TRT, Wilmeia da Costa Benevides, ouviu as duas partes e apresentou a proposta que prevê reajuste salarial de 7,26% e redução da jornada de trabalho em 20 minutos e adicional de 15% para o motorista do BRT/Move.

O acordo será analisado às 16h de hoje pelos empregados. Caso o acordo seja acatado, a greve será encerrada oficialmente.  Após o encontro, o presidente do Sindicato dos Rodoviários de BH e Região Metropolitana, Ronaldo Batista, destacou que a greve está suspensa, mas não chegou ao fim. “Se a categoria não concordar, a paralisação será retomada”.


Para os patrões, a proposta de conciliação vai impactar o caixa das empresas em pelo menos 12,26%. “A redução da jornada de trabalho em 20 minutos representa ganho real de 5% para os empregados, que será somado ao reajuste de 7,26%”, explicou Rubens Lessa, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram). Segundo ele, o reajuste salarial proposto já apresenta ganho de 2% em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH), Joel Jorge Paschoalin, endossou a preocupação do colega do Sintram. Com relação à outra proposta da juíza, de adicional de 15% sobre a hora trabalhada dos motoristas de ônibus articulado (BRT/Move), Paschoalin considerou que o impacto será menor, já que o valor será pago a 7% dos cerca de 7 mil condutores e BH. Nos próximos dias, os patrões analisarão o impacto econômico, para que os associados dos dois sindicatos decidam se acatarão a proposta da Justiça, para então oficializar o acordo em 7 de março.

Os rodoviários reivindicavam reajuste salarial de 21,5%, jornada de trabalho de seis horas, ticket de alimentação com 30 folhas no valor de R$ 15 e piso salarial com valor 30% acima do motorista do transporte convencional para os condutores do BRT/Move.. Na segunda-feira, pela manhã, a paralisação chegou atingir num primeiro momento 53% da frota na capital, segundo dados da BHTrans. (Com informações de João Henrique do Vale, Landercy Hemerson e Guilherme Paranaíba).