Diretor comercial da concessionária Citroën, Emerson Mariano defende a ampliação da área de segurança da Fifa no entorno do Mineirão. Nesse caso, a barreira policial passaria da Avenida Antônio Abrahão Caram com Antônio Carlos para o Anel Rodoviário, no Bairro São Francisco.
A loja Hyundai foi reconstruída das cinzas. Ela foi totalmente destruída e teve os móveis queimados. “A matriz, que fica em São Paulo, elabora um plano de segurança. Vamos colocar portões anti-vandalismo, pois telhas, tapumes, nada disso adianta. Acabam sendo usado usados como escudo pelos vândalos”, afirma a gerente Karina Coelho, que fez seguro do prédio. Segundo o presidente dos Concesssionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv-MG), Mauro Pinto de Moraes Filho, a preocupação é geral. “Estamos conversando sobre isso e tentando ver com o governo se há alguma iniciativa diferenciada para o setor”, disse Mauro.
Na semana passada, a diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) se reuniu com a Polícia Militar. O gestor estratégico da Copa da PM, coronel Antônio Bettoni, disse na ocasião que um grande trabalho de bastidores vem sendo realizado para planejar ações que minimizem os riscos durante o Mundial. “Aprendemos muito com os erros cometidos durante a Copa das Confederações”, informou.
Na Copa das Confederações, segundo a CDL-BH, 17 lojistas da Antônio Carlos sofreram danos, sendo que algumas lojas foram atingidas até três vezes. Sofreram depredação da fachada (45,71% dos estabelecimentos), saques (20%), depredação interna (20%) e incêndio (8,57%). Algumas foram vítimas de todos esse ataques (5,71%). O vice-presidente da CDL, Anderson Rocha, aposta nas estratégias a serem adotadas pela PM.
De acordo com o major Gilmar Luciano, chefe da Sala de Imprensa da PM, assim que as manifestações do ano passado acabaram a corporação fez um estudo e projetou cenários de intervenção. “Foram traçadas várias possibilidade de atuação da PM para este ano. Teremos uma ação para cada tipo de situação, como em quebra da normalidade e risco ao patrimônio”, disse o major, que não revela os detalhes por questão estratégica. “Haverá uma estrutura específica para proteger os bens públicos, privados e as pessoas”, garantiu o militar.
O efetivo de policiais a ser empregado no chamado “evento manifestação” também não é revelado, mas o major adiantou que militares de 15 companhias de Missões Especiais do interior estarão em alerta. Se necessário, PMs dessas unidades serão convocados pelo Comando Geral da PM para dar apoio técnico à capital. Os perímetros táticos de atuação da PM no entorno do Mineirão também foram definidos. São três planos diferentes, também mantidos sob sigilo.
Câmeras e tecnologia
apoiam policiamento
Autoridades de segurança pública usarão como centro de comando a Sala de Situação e de Gerenciamento de Crises e Grandes Eventos, em funcionamento desde março do ano passado na Cidade Administrativa.
Vários outros equipamentos foram adquiridos para a garantir a segurança durante a Copa, segundo o major, que cita uma câmera para helicóptero com alcance de até 18 quilômetros. O aparelho custou R$ 7 milhões e permite a identificação de pessoas em locais escuros pela emissão de calor do corpo. “É o mesmo equipamento usado pela polícia de Boston, nos Estados Unidos, para localização de terroristas no atentado do ano passado”, comentou. Outros equipamentos para ações antiterroristas foram adquiridos, como robôs para desativar bombas.
O Batalhão Copa, criado no ano passado, não atuará nas possíveis manifestações. Os 2,5 mil militares vão trabalhar nas áreas específicas do Mundial, como no Mineirão, hotéis onde ficarão hospedadas as delegações e nas Fan Fests, confraternizações para turistas e torcedores, organizadas pela Fifa, no Expominas..