O período de carnaval transcorre em clima de alerta e de reforço no policiamento em Itamonte, no Sul de Minas, onde a festa foi adiada pela prefeitura por causa da tragédia que chocou a cidade no último dia 22. A população ainda está assustada depois que criminosos invadiram o município para estourar caixas eletrônicos. Barrados por um forte aparato policial, nove acusados foram mortos, assim como um inocente. Seis pessoas foram presas. O esforço agora é para retomar a vida normal, mas ainda assim moradores estão atentos à movimentação de pessoas estranhas ou de carros desconhecidos no município de 13 mil habitantes.
De acordo com o comandante do 8º Pelotão da Polícia Militar (PM) de Itamonte, sargento Adriano Fernandes Carli, a população está abalada. “Todos entendem que este não é um momento de festa”, disse. Para prevenir qualquer tipo de retaliação, o município recebeu reforço de viaturas e policiais do 57º Batalhão da PM de São Lourenço e da 17ª Região da PM, em Pouso Alegre. “A rotina está sendo retomada aos poucos. A comunidade já está um pouco mais tranquila, mas ainda recebemos muitas ligações de pessoas informando sobre carros desconhecidos que chegam à cidade e sobre pessoas suspeitas. Tudo está sendo verificado”, garantiu.
A decisão de adiar o carnaval partiu da administração municipal, com recomendação do Ministério Público. Por já ter contratos com grupos de música e empresas que montariam as estruturas de palco, foi definido que um carnaval fora de época será realizado na cidade.
Depois da operação montada pelas polícias Civil de Minas e São Paulo e pela PM mineira, a polícia suspeitava que o grupo que agiu em Itamonte pudesse chegar a 20 pessoas. No balanço inicial, oito foram mortos em Itamonte e quatro foram presos. Dois dias depois, outro acusado morreu depois de troca de tiros com a polícia em uma rodovia de São Paulo. Ele e um comparsa haviam sequestrado um taxista que foi obrigado a dirigir durante a fuga de Itamonte. O outro acusado foi preso. O sexto suspeito a ser detido foi encontrado em Cambuquira, também no Sul de Minas. As polícias Civil de Minas e São Paulo continuam trabalhando para prender o restante da quadrilha, que deve chegar a 25 pessoas. Todo o grupo é de cidades da região metropolitana paulista e já teve atuação em Itamonte e outras cidades mineiras.