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Estado de Minas

Carnaval de BH cresceu, mas ainda pecou pela estrutura insuficiente

Festa apareceu e atraiu centenas de milhares de pessoas, mas ainda teve problemas, como poucos banheiros. Tendência é de criação de lei específica


postado em 06/03/2014 06:00 / atualizado em 06/03/2014 07:08

Junia Oliveira, Gustavo Werneck e Zulmira Furbino

Multidão se diverte na Savassi, onde ocorreram muitos problemas de segurança e infraestrutura (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Multidão se diverte na Savassi, onde ocorreram muitos problemas de segurança e infraestrutura (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Ainda não se sabe quantos foliões foram para as ruas e praças nem a quantidade exata de blocos, mas pelo menos ficou uma certeza: o carnaval de Belo Horizonte cresceu e apareceu. E para não deixar ninguém mentir, terminada a farra, restam as lições para 2015. Banheiros químicos, segurança e proteção ao patrimônio público são os alvos de maior reclamação de quem caiu na folia, dos músicos que comandaram a festa e da própria prefeitura. Entre os organizadores, começa um movimento para criação de uma lei  específica para disciplinar o uso dos espaços públicos e evitar baderna.

Quem seguiu muitos blocos sabe do que está falando e pede mais atenção às autoridades para o ano que vem. Na folia desde a saída do bloco Chame o Síndico, na quarta-feira passada, o designer gráfico Nathan Araújo, de 25 anos, morador do Bairro Floresta,  Região Leste, quer mais segurança e organização. “A prefeitura decidiu assumir este ano a organização dos blocos, então precisa se preocupar com todos os aspectos. Vi muitas brigas na Savassi, amigos meus foram assaltados, achei as ruas sujas e muito fedorentas. Mas, no geral, gostei da festa”, comentou o designer gráfico, que estava de folga ontem e aproveitou para curtir do Bloco do Manjericão, no Bairro Sagrada Família.

A arquiteta Gabriela Gomes, de 27, moradora do Bairro Serra, Centro-Sul, também seguiu vários blocos e se queixou da falta de banheiros. “Esse foi o maior problema. A gente procurava e não achava”, reclamou a jovem, ao lado de amigas no Manjericão. “Achei o serviço de limpeza eficiente. Saí de manhã num bloco no Bairro Floresta, e, quando vi o local à tarde, já estava limpinho”, afirmou.

Moradora de São Paulo, a produtora de música Carolina Zilber, de 36, decidiu curtir a farra em BH e gostou tanto que desfilou no Queixinho, Baianas Ozadas, Magnólia e ontem no Manjericão. “O crescimento da festa levou ao crescimento da estrutura”, observou. Ela considerou satisfatório o número de banheiros químicos, do contingente policial e o esquema montado pela BHTrans. “A falta de violência deixou o folião se divertir com tranquilidade. ”, disse.

Foram pelo menos 170 blocos a arrastar multidões, segundo levantamento preliminar da Belotur. Desses, 150 estavam cadastrados. Alguns tiveram cerca de 30 mil foliões, como o Baianas Ozadas, que desfilou na segunda-feira. Houve ainda 14 palcos espalhados pela cidade. O presidente da Belotur, Mauro Werkema, estima que o número de foliões se aproximou do esperado: 1 milhão. Hoje, ele se reúne com a PM, bombeiros, BHTrans e outros órgãos para fazer o balanço da festa.

A quantidade de banheiros químicos certamente passará por uma revisão. Foram 1 mil este ano e, mesmo assim, insuficientes. Werkema admite problemas de disponibilidade. “Várias cidades do interior demandam e fica em falta no mercado. Temos que ver isso para o ano que vem, pois essa questão adquiriu importância grande”, relata.

Um dos fundadores do Baianas Ozadas, Geo Cardoso acredita que as melhorias virão. “Está todo mundo aprendendo a fazer carnaval. É necessário que o planejamento seja construído de forma coletiva, com atenção especial ao policiamento. Alguns pontos não tinham o suficiente”, afirmou. Ele também chamou atenção para os banheiros químicos, a limpeza urbana e a sinalização para orientar os foliões.

Uma das regiões que recebeu maior público, a Savassi foi também o principal foco de problemas. Segundo o gerente da Status Café, Cultura e Arte, Ivan Carlos Freitas, faltou organização, havia poucos banheiros químicos e o policiamento foi insuficiente. Ocorreram assaltos e o número de ambulantes foi excessivo. “Diariamente, aconteciam brigas e não havia policiamento. Quando a polícia aparecia, as brigas se dispersavam, mas logo recomeçavam porque a polícia não ficava”, disse.

POSTURAS

O presidente da Belotur é a favor de uma revisão no Código de Posturas, especialmente para eventos. “Ao assumirmos que somos uma cidade com vocação para eventos e que eles são positivos, se faz necessária uma legislação mais específica”, avaliou. Segundo ele, os relatórios indicarão os caminhos.

“É urgente pensar numa legislação para o carnaval para preservar bairros tradicionais, como Santa Tereza, e não deixar ocorrer o que se passou lá, onde comerciantes rivalizaram com a associação comunitária pelo fato de o carnaval não acontecer durante a noite. E que seja rigorosa, para inibir certos problemas, como carro de som”, afirmou Geo Cardoso. “BH tem vocação para ser um dos melhores carnavais do Brasil, pois os grandes modelos estão saturados”, ressalta.

Uma das coordenadoras do Bloco da Esquina, Marcela Nunes, também acredita na consolidação do carnaval. O bloco arrastou 2 mil pessoas no Santa Tereza. “O futuro do carnaval depende da qualidade desses blocos e de como quem chega é recebido. Não é só a parte musical, mas estrutura, como banheiro químico e alimentação”, ressaltou. Ela defende ainda mais apoio aos grupos, para melhoria da estrutura do som e evitar que a música seja ouvida somente até certo ponto do cortejo.

 

 

 

 


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