Jornal Estado de Minas

Pai e filho suspeitos de matar irmão de delegada são presos em BH

Vítima era cabeleireiro e queria montar um negócio de venda de sanduíches em um terreno em frente à casa dos suspeitos. Eles chegaram a ser presos, foram liberados e passaram a ameaçar a família da vítima

Cristiane Silva Andréa Silva
José Eustáquio da Silva, de 66 anos, e seu filho, Marcellus Manolo Oliveira e Silva, de 23 - Foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press
A Polícia Civil apresentou nesta sexta-feira José Eustáquio da Silva, de 66 anos, e seu filho, Marcellus Manolo Oliveira e Silva, de 23, suspeitos do assassinato de um cabeleireiro no início do ano passado no Bairro Cachoeirinha, Região Noroeste de Belo Horizonte. O crime foi motivado pela disputa por um pequeno terreno de apenas 30 metros quadrados onde João Martins de Abreu, de 37 anos, pretendia abrir um carrinho de cachorro-quente. Depois do crime, a família da vítima – inclusive a irmã dele, que é delegada - passou a sofrer ameaças.

De acordo com a Polícia Civil, o lote alvo da disputa fica no mesmo bairro onde o crime aconteceu, na esquina com a Avenida Antônio Carlos. Pai e filho moravam em uma casa atrás desse lote. João, que era cabeleireiro, pretendia vender alimentos no local pois o terreno era uma área pública da prefeitura. Ele começou a capinar o lote para preparar o espaço e chamou a atenção de José Eustáquio, que alegou que era dono da área. Era setembro de 2012 e eles brigaram pela primeira vez.
As constantes discussões pela posse do espaço culminariam na morte de João, em 27 de janeiro de 2013.

Conforme a investigação, José Eustáquio mandou o filho Marcellus matar a vítima, com quem havia discutido mais cedo naquele dia. Determinado a executar o crime, o rapaz foi levado de carro até o local por Tiago Matias dos Santos. Ele parou o carro na contramão e Marcellus desembarcou, armado. Ele atirou quatro vezes contra João, que estava limpando o lote acompanhado de quatro adolescentes, que fugiram assustados. O cabeleireiro chegou a ser socorrido por uma viatura da Polícia Civil que passava pela rua no momento do crime e viu os menores correndo, mas ele acabou morrendo no Hospital Odilon Behrens. Câmeras de segurança flagraram toda a ação no local do crime.

As investigações levaram à descoberta da briga por causa do terreno. Os três suspeitos foram indiciados pela morte e chegaram a ficar presos por 30 dias, mas foram liberados após o prazo de prisão temporária. Já em liberdade, pai e filho começaram a contar vantagem do crime, dizendo que o processo não teria resultado. A família da vítima passou a sofrer ameaças. De acordo com a Polícia Civil, João é irmão de uma delegada de Betim e Marcellus chegou a dizer que pretendia fazr uma tatuagem de palhaço – símbolo de que o criminoso já matou policiais. Na semana, a Justiça determinou a prisão de José Eustáquio e do filho. .