Às vésperas da largada das três primeiras linhas do BRT/Move, a Avenida Cristiano Machado era um canteiro de obras nessa sexta-feira que corre contra o tempo para abrir caminho para o novo sistema de transporte da capital. Os operários se multiplicavam pelo corredor. Um caminhão-pipa limpava as estações de transferência – que têm dois, três ou quatro módulos montados ao longo da via em substituição aos antigos pontos de ônibus. Outra equipe pregava os adesivos de sinalização. Mais gente soldava os guarda-corpos das passarelas, mas muito trabalho ainda ficará para depois.
Apenas um dos módulos de cada uma das oito estações de transferência ficou totalmente pronto. Ainda falta a pintura das faixas de pedestres próximas às estações. Uma das passarelas próximas à estação Sagrada Família, na Região Leste, não está pronta. A prefeitura informou que ela só será concluída para a operação do sistema metropolitano.
A campanha educativa para orientar os passageiros sobre o funcionamento do BRT/Move começou na quinta-feira, por meio de três filmes na TV, além do rádio e internet. Para conscientizar o usuário, a BHTrans garante ter visitado 25 bairros da região do São Gabriel, com distribuição de mais de 20 mil folhetos e 70 mil jornais sobre o Move.
Em meio ao imenso canteiro de obras da Cristiano Machado, a BHTrans garante que a Estação São Gabriel terá acessibilidade e conforto aos passageiros a partir das 4h de hoje, quando entra em operação o BRT/Move. Além do mezanino central coberto, escadas e elevadores entregues ontem, o órgão promete para os próximos dias a liberação de escadas rolantes.
Um dos nove pontos de embarque e desembarque, a estação de transferência (ET) do bairro Ipiranga, contudo, será a única a não operar completamente porque a passarela de acesso não foi concluída a tempo. Outros módulos também ficarão fora da inauguração, sob a justificativa de que atenderão linhas distintas às três iniciais.
Nos módulos das oito ETs em funcionamento hoje, as estruturas de bilhetagem e monitoramento de chegada das linhas, por meio de visores, estão garantidas, segundo o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar. Somente um detalhe ficará pendente nas estruturas disponíveis: o mapa completo de identificação das linhas, que não será implantado na primeira fase pelo fato de não haver mudanças nas linhas.
“A estação (São Gabriel) continua em obras e a razão de suspendermos (a operação do BRT) no período noturno é para dar uma janela de tempo para avançar a obra com o menor risco ao usuário. As áreas serão delimitadas onde permanece canteiro de obras e onde está livre para a circulação”, explicou Cesar.
PASSARELA PENDENTE
Além da ET do bairro Ipiranga, também existe uma passarela pendente na ET Sagrada Família. O acesso, entretanto, é restrito ao Move Metropolitano, que só ganhará as ruas a partir de maio, em direção a Santa Luzia, Ribeirão das Neves e Vespasiano, na Grande BH. “Todo o projeto arquitetônico das estações está alinhado com a norma brasileira de acessibilidade, com rampas adequadas a cadeiras de rodas, carrinhos de bebê e deslocamento de pessoas com dificuldade de circulação”.
Uma das cinco estações de integração previstas para o BRT/Move, a Estação José Cândido da Silveira, por outro lado, foi preterida para a reforma da São Gabriel e não ficará pronta até maio.
Até que todo o sistema – que inclui ainda os corredores Antônio Carlos/Pedro I/Vilarinho – seja inaugurado, a empresa que gerencia o transporte de Belo Horizonte estima que 95% das linhas que hoje circulam nas pistas de tráfego misto passem a usar os corredores do BRT/Move..