PARA ONDE VOU?
No primeiro útil de funcionamento do BRT/Move, muita gente estava feito barata tonta à procura dos pontos de ônibus. Foi o caso da estudante de odontologia Stela Nunes, de 19, moradora de Betim, na Grande BH, e aluna de uma faculdade no Bairro Funcionários, Centro-Sul da capital. Eram 6h50 quando a jovem chegou à Avenida Paraná e não encontrou o ponto do ônibus que pega habitualmente. “Não sei como ficou, estou meio perdida aqui com esta mudança. Complicou minha vida”, comentou a estudante, que acabou verificando, em um cavalete, que teria que seguir até a Rua São Paulo.
TESTE DO CICLISTA
Mal desceu do ônibus da linha 82 do BRT/Move (São Gabriel/Savassi, via hospitais) e Mittermayer Amaral, de 43 anos, já estava de olho no relógio. O motorista profissional costuma ir para o trabalho, na Savassi, de bicicleta. Ontem, fez o teste para verificar se vai aderir ao novo meio de transporte. “Cheguei em 45 minutos e vou ter que andar mais um pouco. Achei que viria mais rápido, mas fiquei agarrado no Centro, quando a pista deixa de ser exclusiva”, diz. De bike, o trajeto leva 55 minutos. “Vou continuar vindo de bicicleta e, quando chover, pego o BRT”, diz.
SEM ENTUSIASMO
O designer gráfico Ronan von Dollinger entrou na estação São Gabriel com a expectativa de chegar mais rápido ao serviço, na região da Savassi. Ledo engano. Acostumado a conjugar diariamente metrô e ônibus, ele se surpreendeu com o trânsito pesado na manhã de ontem, quando se dirigia, via BRT/Move, para a região hospitalar, com desembarque na rua Professor Moraes, entre avenida Getúlio Vargas e Rua Cláudio Manoel. “Fiquei mais tempo no trânsito, pois só há ganho de tempo mesmo na Avenida Cristiano Machado. Depois, foi o problema de sempre”, disse o designer gráfico.
VAPT-VUPT
A psicóloga Raíssa Andrade, de 34, andou ontem pela primeira vez no BRT/Move e já se tornou passageira assídua do novo sistema. Ela mora no Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste, perto da Avenida Cristiano Machado. Com o novo sistema, reduziu pela metade os 50 minutos gastos até o trabalho, na Rua Carijós, no Centro. “Achei ótima a viagem. Estava tudo parado na Cristiano Machado e a pista livre para o BRT. Amanhã (hoje) pegarei de novo. O ônibus só agarra quando chega ao Centro, junto com os outros veículos”, diz. Raíssa calcula que o tempo gasto no Centro correspondeu a cerca de um terço do total.