Jornal Estado de Minas

Em liberdade, médicos condenados por tráfico de órgãos estão proibidos de deixar cidade

Celso Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes, condenados a 18 e 17 anos de prisão pela retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, também não podem entrar na Santa Casa de Poços de Caldas onde aconteceu o crime

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri
O juiz da Primeira Vara Criminal de Poços de Caldas, no Sul de Minas, Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, anunciou na segunda-feira outras medidas cautelares para os médicos Celso Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes, condenados a 18 e 17 anos de prisão pela retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, 10 anos, que caiu do prédio onde morava, em abril de 2000.
Outro envolvido no caso, o anestesista Sérgio Poli Gaspar, foi condenado a 14 anos de prisão e também teve a prisão decretada, porém não foi localizado.

Conforme o juiz, os médicos estão em liberdade no caráter liminar, após hábeas corpus concedido na última sexta-feira, dia em que deixaram a cadeia. No entanto, estão proibidos de deixar a cidade por mais de 15 dias sem expressa autorização da Justiça e ficam impedidos de acessar a Santa Casa, local onde aconteceu o crime contra a criança. Além das medidas cautelares, o magistrado anunciou que vai enviar ofício para Câmara Municipal de Poços de Caldas pedindo apurações sobre uso irregular de verbas no hospital, nepotismo e contratações sem seleção.

As medidas anunciadas pelo juiz são apenas mais um capítulo no processo que apura o caso de tráfico de órgãos no Sul do estado. Scafi e Fernandes já haviam sido condenados em fevereiro de 2013, mas só foram presos este ano. Dias depois da detenção, os desembargadores da 3ª Vara Criminal do TJMG julgaram recurso de quatro médicos condenados por remoção irregular de órgãos e tecidos de um paciente em 2011, no Sul de Minas Gerais, e diminuiu a pena de todos os réus para 5 anos. Além dos dois, foram julgados João Alberto Goés Brandão, de 44 anos, e Alexandre Crispino Zincone, de 48..