O Hospital Vila da Serra, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, confirmou, em coletiva na tarde desta terça-feira, que um paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) contraiu uma superbactéria. Exames serão feitas no homem, de 70 anos, para determinar se trata de KPC (Klebsielle Pneumoniae Carbapenemase) ou outra bactéria. Os resultados devem sair entre 30 a 40 dias. Apesar do isolamento do idoso, o hospital garante que não há risco de contaminação.
A suspeita da equipe médica aconteceu no último fim de semana. O idoso estava internado na unidade de saúde há dois meses para tratar de um câncer no intestino. Ele passou por cirurgia e acabou contraindo uma infecção. Foram ministrados antibióticos ao paciente, mas ele não reagiu. Por isso, os médicos suspeitaram da superbactéria. Mesmo com o quadro, o estado de saúde do homem é estável, segundo o hospital.
O diretor clínico do hospital, Márcio Sales, e o coordenador, infectologista Estevão Urbano Silva, afirmaram que não há motivos para alarde, já que, as superbactérias, que são mutações que acontecem com as bactérias que as tornam mais fortes e resistente aos antibióticos, estão presentes em quase todas unidades de saúde. “Não entendo essa repercussão, pois acontece muito mais mortes de pacientes com bactéria comuns do que com a superbactéria”, explicou Urbano.
Em fevereiro, houve outros casos de superbactéria em Minas. O Hospital Aroldo Tourinho, de Montes Claros confirmou que três pacientes morreram contaminados pela KPC, muito resistente a antibióticos. Ao todo, nove pessoas foram infectadas pela no hospital.
Informações sobre a KPC
A superbactéria KPC foi identificada em um hospital da Carolina do Norte (EUA) em 2001. No Brasil, ela foi detectada pela primeira vez em 2006. Em 2010, um surto da KPC provocou 18 mortes no Distrito Federal. A KPC pode causar pneumonia, infecções sanguíneas no trato urinário e feridas cirúrgicas, sintomas que podem evoluir para o quadro de infecção generalizada e provocar a morte do paciente. Pessoas debilitadas, com doenças crônicas e imunidade baixa, submetidas a longos períodos de internação hospitalar (inclusive em UTIs) correm maior de contrair infecções.(Com informações de Ilson Gomes, da Tv Alterosa)