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Estado de Minas

Ex-estudante de direito vai a júri e continua preso pela morte da esposa médica

A decisão é da 1ª Câmara Criminal do TJMG que manteve a prisão preventiva e a sentença de pronúncia do réu.


postado em 13/03/2014 07:42 / atualizado em 13/03/2014 09:13

O crime aconteceu no dia 21 de outubro do ano passado no apartamento do casal, no Bairro Riacho(foto: Arquivo pessoal/Facebook)
O crime aconteceu no dia 21 de outubro do ano passado no apartamento do casal, no Bairro Riacho (foto: Arquivo pessoal/Facebook)

O ex-estudante de direito Welington Rodrigues Tavares, de 29 anos, acusado de matar a esposa, a médica Cristiani Moreira, de 41, continuará preso e será submetido a júri popular. A decisão é da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que manteve, na sessão do dia 11 de março, prisão preventiva e a sentença de pronúncia do réu. Depois da determinação de julgamento no Tribunal do Júri, a defesa de Welington recorreu, mas como ele é acusado de homicídio qualificado – motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima – ficou determinada a manutenção da sentença de pronúncia. Welington está no Presídio de São Joaquim de Bicas I, na Grande BH.

O crime aconteceu no dia 21 de outubro do ano passado no apartamento do casal, no Bairro Riacho, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O filho de Cristiani, de 12 anos, e um colega do garoto testemunharam o homicídio. Welington esfaqueou a companheira e tentou se matar logo depois do assassinato, no entanto foi socorrido ao hospital e agora responde pelo crime preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Betim.

No dia do crime, a família esteve em um churrasco dos amigos da faculdade de Welington. A festa aconteceu em Betim e o estudante bebeu durante a comemoração. Ao deixar a festa, a família passou na casa de um amigo da criança, onde o universitário consumiu mais álcool com os pais desse colega de escola do menino. Logo depois, Welington, Cristiani, o filho e o colega seguiram para o apartamento no Riacho.

As crianças fariam um trabalho de escola e seriam auxiliados pelo casal. No entanto, o universitário e a médica começaram a brigar assim que chegaram no imóvel. Segundo Welington, a briga foi motivada por um desentendimento por causa de um jogo de futebol. Ele queria sair para assistir ao segundo tempo da partida em um bar, junto com um cunhado. No entanto, Cristiani não gostou da ideia e teria dito que ele “perde a linha” por isso não deveria sair para o bar.

O casal trocou agressões na cozinha e segundo a polícia, Welington pegou facas e um cabo de vassoura para atacar a médica. O universitário alega que não se lembra do crime e teve um apagão desde o momento em que pegou a arma até a hora em que acordou no hospital.

Acusado na época da prisão, quando estava com punhos feridos (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Acusado na época da prisão, quando estava com punhos feridos (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Enquanto o casal brigava na cozinha, os meninos foram para o quarto buscar o material escolar para iniciar o trabalho. O filho de Cristiani não se lembra de ouvir a discussão, mas quando foi até a cozinha viu o padrasto agarrando a mãe pelo pescoço. A médica mandou o menino ligar para a polícia e pedir socorro.

Em um ato de defesa, o garoto foi até o quarto e pegou um skate. Ele tentou bater no padrasto para salvar a mãe, mas acabou atingido por dois golpes de faca, no braço e na cabeça. O garoto correu para o quarto e pediu que o amigo segurasse a porta, com medo das agressões de Welington. A criança tentou ligar para um tio, mas sem sucesso, e ainda telefonou para o 190 da PM, porém estava muito nervoso e não conseguia informar aos policiais o que estava acontecendo.

Minutos depois, o garoto saiu do quarto perguntando “vocês pararam de brigar” e encontrou a mãe cambaleando na cozinha. Ela caiu, bateu a cabeça na parede e foi amparada pelo filho que tirou a camisa para estancar o sangue no pescoço dela. O garoto ainda presenciou o padrasto andando desnorteado pela casa com uma faca cravada no peito e com ferimentos nos pulsos.

O menino ordenou que o amigo saísse do apartamento para pedir ajudar. O colega conseguiu chamar uma vizinha e o síndico do prédio, que acionaram Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) e a polícia. Cristiani morreu antes de dar entrada no Hospital Municipal de Contagem.


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