Jornal Estado de Minas

Projeto cria vagão só para mulheres no metrô de Belo Horizonte

O espaço destinado ao público feminino é uma tentativa do parlamentar de evitar o assédio, especialmente em horários de pico

Juliana Ferreira

O “vagão rosa”, que circula há oito anos no metrô do Rio de Janeiro e recentemente foi implantando em Brasília, pode ter sua próxima parada em Belo Horizonte.

Um projeto de lei pretende obrigar os responsáveis pelo trem metropolitao a destinar um vagão exclusivo para mulheres. A proposta foi apresentada pelo presidente da Câmara da capital, o vereador Léo Burguês (PTdoB), no fim do ano passado. Polêmica, a ideia será debatida hoje em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, na Praça da Estação. O espaço destinado ao público feminino é uma tentativa do parlamentar de evitar o assédio, especialmente em horários de pico. Segundo ele, 10 mil mulheres pediram uma solução para os constrangimentos que sofrem diariamente, por meio de um abaixo-assinado.

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Segundo o vereador, as vítimas de assédio nos vagões superlotados têm medo de denunciar os crimes. “No horário de pico, os passageiros viajam muito apertados, momento em que acontece a ação contra as mulheres. Não há uma estatística real a respeito.

É dever do poder público zelar pela integridade dos cidadãos”, defende.

O autor da proposta cita também o bom desempenho do “vagão rosa” no Rio de Janeiro e na capital federal. A medida é objeto de projetos de lei nas câmaras municipais de São Paulo e Salvador. Em Belo Horizonte, o PL 893/13 determina que a empresa responsável pela operação do sistema, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), seja multada em R$ 1.500 caso permita que homens entrem no vagão exclusivo. Os outros poderão ser usados por ambos os sexos.

Apesar dos argumentos, o Conselho Estadual da Mulher de Minas Gerais, vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese), é contra a ideia. Segundo a presidente da entidade, Neusa Cardoso Melo, o projeto é “excludente” e cria uma situação de discriminação. “Aqui em Minas, com exceção de determinados momentos de pico, o metrô não tem um acúmulo tão grande de passageiros que leve a uma coisa dessas”, criticou.

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