O “vagão rosa”, que circula há oito anos no metrô do Rio de Janeiro e recentemente foi implantando em Brasília, pode ter sua próxima parada em Belo Horizonte. Um projeto de lei pretende obrigar os responsáveis pelo trem metropolitao a destinar um vagão exclusivo para mulheres. A proposta foi apresentada pelo presidente da Câmara da capital, o vereador Léo Burguês (PTdoB), no fim do ano passado. Polêmica, a ideia será debatida hoje em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, na Praça da Estação. O espaço destinado ao público feminino é uma tentativa do parlamentar de evitar o assédio, especialmente em horários de pico. Segundo ele, 10 mil mulheres pediram uma solução para os constrangimentos que sofrem diariamente, por meio de um abaixo-assinado.
Segundo o vereador, as vítimas de assédio nos vagões superlotados têm medo de denunciar os crimes. “No horário de pico, os passageiros viajam muito apertados, momento em que acontece a ação contra as mulheres. Não há uma estatística real a respeito. É dever do poder público zelar pela integridade dos cidadãos”, defende.
Apesar dos argumentos, o Conselho Estadual da Mulher de Minas Gerais, vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese), é contra a ideia. Segundo a presidente da entidade, Neusa Cardoso Melo, o projeto é “excludente” e cria uma situação de discriminação. “Aqui em Minas, com exceção de determinados momentos de pico, o metrô não tem um acúmulo tão grande de passageiros que leve a uma coisa dessas”, criticou.