Jornal Estado de Minas

Número de radares em BH passará de 119 para 343 até o fim do ano

Meta é ampliar ainda mais a fiscalização para coibir imprudência e continuar reduzindo acidentes e mortes

Junia Oliveira
Avenida Tereza Cristina recebeu radar de controle de velocidade - Foto: Alexandre Guzansche/EM/DA Press


Combater a imprudência e suas consequências alarmantes, como a média de 20 mil vítimas por ano no trânsito, levou Belo Horizonte a radicalizar e apostar na vigilância eletrônica nos últimos 15 anos. Os radares espalhados pela cidade passarão dos atuais 119 para 343 até o fim do ano. Um aumento de mais de 3.000% desde 1999, quando havia 10 lombadas eletrônicasna capital. A estratégia da BHTrans, empresa responsável pelo trânsito, é ampliar ainda mais a fiscalização por meio de aparelhos fixos e móveis para controle de velocidade, de avanço de semáforo e de invasão de faixa exclusiva do transporte coletivo. Nos próximos dias, mais sete pontos serão contemplados com detectores de avanço de sinal.


Mais radares resultaram em aumento de multas – 31,2% na comparação entre o primeiro semestre do ano passado e o mesmo período de 2012, passando de 278.658 para 365.700, segundo a BHTrans. Os pontos para instalação dos aparelhos são escolhidos, principalmente a partir da quantidade e da gravidade dos acidentes. “A velocidade é o grande problema em relação aos acidentes que causam morte ou deixam feridos graves”, informa a coordenadora do projeto Vida no Trânsito, da BHTrans, Jussara Bellavinha.



Ela acrescenta que a fiscalização eletrônica causou redução de acidentes. “Infelizmente, a função educativa é muito pouca e só funciona quando a pessoa não sabe onde tem o radar. Assim, ela tem um comportamento mais cuidadoso, mas não porque está educada a andar em velocidade mais baixa e, sim, por ter medo de ser multada”, lembra.

Um dos indicadores de que o comportamento do motorista belo-horizontino ainda está longe do ideal são as medições de velocidade 200 metros depois do radar. Segundo levantamento da BHTrans, nesse ponto, 30% dos veículos passam com velocidade acima da permitida. Entre motocicletas, este índice sobe para 60%.

BH tem 66 aparelhos de controle de velocidade, três radares móveis, 46 para detectar avanço de sinal vermelho e quatro para flagrar invasão de faixa exclusiva de ônibus (outros oito serão instalados nas pistas exclusivas do BRT/Move das avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos, depois da conclusão do sistema). A licitação do próximo lote está em andamento e outra foi adiada. Grande parte dos equipamentos que serão comprados até o fim do ano será instalada nos corredores BRT/Move. Como parte do programa Vida no Trânsito, a política é ampliar a fiscalização eletrônica. 

Equipamento flagra invasão de faixa na Nossa Senhora do Carmo - Foto: Alexandre Guzansche/EM/DA Press

MENOS TRAGÉDIAS
Os radares fixos para controle de velocidade foram instalados em meados dos anos 2000. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) indicam que o número de mortes no trânsito de BH caiu de 5,98 óbitos para cada 10 mil veículos em 1999 para 1,2 morte para cada 10 mil veículos em 2012. Em 2005, conforme o levantamento, o índice de mortalidade em BH ficou bem abaixo da média nacional – 2,05 mortes para cada 10 mil veículos contra 5,1 no país.

Já os detectores de avanço de sinal têm como objetivo ajudar na redução do número de acidentes com mortos e feridos nos cruzamentos. Para instalação dos dispositivos foram considerados os cruzamentos que apresentam elevados índices de desastres, onde os riscos a motoristas, passageiros e pedestres são iminentes.


O sistema é ativado quando o veículo ultrapassa a linha de retenção com o foco vermelho. Se ele estiver amarelo, o detector não é acionado. O motorista deve dar passagem aos veículos em situação de emergência. Segundo a empresa de trânsito, o sistema tem recursos que permitem a interpretação de todo o contexto do local fiscalizado. Os detectores não fiscalizam entre a meia-noite e as 5h. Nesse período, eles operam apenas para controle estatístico e avaliação da segurança do trânsito no local.

Jussara Bellavinha lembra que houve queda significativa na quantidade de acidentes em 1995, quando os primeiros radares foram implantados – por ano, ocorriam mais de 5,1 mil batidas, que baixaram para menos de 4,8 mil nos anos seguintes. Em 2004, houve retomada do crescimento, atribuída ao fenômeno das motocicletas. Nos dois últimos anos, há tendência de queda novamente, com 2,5 mil acidentes por ano. “O que existe de mais eficaz é a fiscalização, mas não podemos fazer isso sem a parte educativa.
Se não houver punição, não se consegue uma mudança de postura dos motoristas”, ressalta a coordenadora.

NOVOS Os sete equipamentos que serão instalados nos próximos dias ficarão nos seguintes cruzamentos: Avenida Afonso Pena com Rua dos Caetés (sentido Centro/Bairro), Avenida do Contorno com Rua Espírito Santo (sentido Barro Preto), Contorno com Rua Paulo Frontim (sentido Rodoviária), Contorno com Rua Espírito Santo (sentido Praça da Estação), Afonso Pena com Rua Espírito Santo (sentido Praça Sete), Avenida Waldir Soeiro Emrich com Rua Cruzeiro do Sul (sentido Bairro/Centro, no Barreiro) e Amazonas com Rua Engenheiro Felipe Caldas (sentido Bairro/Centro, no Bairro Gameleira).

 

Clique para ampliar a imagem e ver mais detalhes sobre os radares - Foto: Arte EM

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