Um protesto de estudantes de uma escola pública do Bairro Luxemburgo, na Região Centro-Sul em Belo Horizonte, causou tumulto na manhã desta sexta-feira. Um aluno foi apreendido, suspeito de depredar uma viatura da Polícia Militar, e estudantes afirmam que outro colega foi agredido pela polícia.
A manifestação começou por volta das 7h30 na porta da Escola Estadual José Mesquita de Carvalho, que fica na Rua Iraí. “A gente quer que a escola melhore. Não tem um banheiro, a escola está um lixo”, conta uma estudante de 14 anos que não quis se identificar. Ela afirma que pessoas explodem bombas dentro da instituição constantemente. Somente nesta manhã, foram dois casos. Diante da situação, os alunos da escola saíram às ruas para protestar.
Ainda de acordo com a jovem, um colega foi agredido por um policial com um chute na perna. Ela também afirma que os militares usaram gás de pimenta contra os manifestantes. Um artefato teria atingido uma aluna grávida e uma idosa que passava pela rua. A segunda vítima teria ido embora depois do ocorrido. A adolescente também afirma que um colega foi detido sem motivação.
De acordo com a Polícia Militar (PM), viaturas do 22º Batalhão estão no local acompanhando o protesto. A polícia confirma que foi necessário usar gás de pimenta para conter os manifestantes e que o adolescente apreendido quebrou o vidro traseiro de uma viatura. Detido por dano ao patrimônio, ele foi levado para o Centro Integrado de Apoio ao Adolescente Autor de Ato Infracional (Cia-BH).
Parte da Rua Iraí precisou ser fechada por conta da manifestação. Conforme a estudante ouvida pelo em.com.br, apenas os alunos mais novos, do ensino fundamental, estão assistindo às aulas nesta manhã. A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais informou que a Escola Estadual José Mesquita de Carvalho participa do Fórum de Promoção da Paz no Ambiente Escolar, no intuito de realizar medidas de conscientização aos alunos.
Ainda segundo a Secretaria, a instituição de ensino não apresenta problemas de infraestrutura que prejudiquem a realização das atividades. De acordo com a Diretoria, também não há falta de professores. Dois profissionais entraram em licença médica nos últimos dias e serão substituídos por outros durante o período. O processo de designação já está em andamento.