A onde de violência começou em 4 de março, quando a tiros foram disparados contra o portão da casa de um agente penitenciário no Bairro Vila Rubens. Depois disso, outros seis atendados aconteceram em Itajubá e em Poços de Caldas. Houve queima de dois ônibus, ataques contra presídios e casa de carcereiros.
Conforme o delegado Bezerra, o adolescente detido nesta segunda-feira estava com um revólver calibre 38. Ele teria participado do crime no primeiro ônibus, junto com um menor de 16 anos apreendido no sábado.
O delegado também confirmou que os ataques foram motivados pela insatisfação dos presos com a rigidez no presídio da cidade. Um dos detentos, que teria participação nos crimes, já foi identificado. A polícia tenta identificar se os atendados de Itajubá têm relação com outros que aconteceram em Poços de Caldas.
Onda de violência
O primeiro dos sete ataques aconteceu na madrugada de 4 de março quando o agente penitenciário, que trabalha no Presídio de Santa Rita do Sapucaí, dormia em casa no Bairro Vila Rubens, em Itajubá. Ele escutou disparos de arma de fogo, esperou os tiros acabarem e quando saiu do imóvel, encontrou o portão em chamas. Vizinhos ajudaram a apagar o incêndio e acionaram a Polícia Militar (PM).
Conforme a PM, a perícia constatou seis disparos de revólver calibre 38 no portão, muro e para-brisa do carro do morador. Também foi constatado que o fogo começou com um coquetel molotov, montado com uma garrafa de plástico e gasolina. Os militares fizeram rastreamento para tentar prender os envolvidos, mas ninguém foi encontrado.
O segundo caso foi por volta de 22h30 de 4 de março, quando o motorista de um ônibus da Viação Valônia seguia pela Avenida Wagner Lemos Machado, e foi surpreendido por vândalos na altura do Bairro Jardim Colinas. Um homem deu sinal para o coletivo, se passando por passageiro, mas ao entrar na porta da frente do veículo colocou um capuz branco e mostrou uma arma para o condutor.
O motorista foi obrigado a descer e, imediatamente, outros três homens encapuzados entraram pela porta do meio. Eles jogaram gasolina nos bancos e no piso, em seguida, incendiaram o ônibus que ficou destruído.
O terceiro ataque aconteceu na madrugada de 5 de março na casa onde mora um diretor do Presído de Itajubá, no Bairro Vila Isabel. Bandidos dispararam quatro tiros no portão e deixaram um cartaz colado com os dizeres: “contra a opressão carcerária”. O papel foi recolhido pela PM e encaminhado para a Polícia Civil, porém nenhum responsável pelo ataque foi preso.
Na noite do dia 5, outros três ataques aconteceram. O portão e o muro da casa de um agente penitenciário foram alvos de sete tiros, conforme informou a PM. Agentes do Presídio de Poços de Caldas também acionaram a PM, porque ouviram estampidos na porta do prédio. No mesmo dia, quatro homens encapuzados invadiram um coletivo da Viação Valônia e atearam fogo em Itajubá. O motorista contou que seguia pela Avenida José Souza Nogueira, no Bairro Santa Rosa, quando um homem deu sinal para o coletivo e, armado, entrou pela porta da frente. Enquanto isso, outros três comparsas entraram nas outras portas e espalharam gasolina. Todos estavam encapuzados, conforme relatou o condutor do veículo. Os bombeiros apagaram as chamas.