Jornal Estado de Minas

Termina primeiro dia do júri dos ex-PMs acusados de matar tio e sobrinho na Serra

Jason Ferreira Paschoalino e Jonas David Rosa respondem por homicídio duplamente qualificado. Júri deve durar até sexta-feira

Thiago Lemos
Jason Ferreira Paschoalino e Jonas David Rosa respondem por homicídio duplamente qualificado e de posse irregular de dois revólveres - Foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press e Renato Weil/EM/D.A Press

Terminou por volta das 22h30 desta terça-feira, após 13 horas de sessão, o primeiro dia do julgamento dos ex-policiais militares Jason Ferreira Paschoalino e Jonas David Rosa, acusados de matar tio e sobrinho durante uma operação no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em fevereiro de 2011. Os trabalhos, que acontecem no 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, na capital, serão retomados às 8h30 desta quarta-feira.

O júri popular, presidido pelo juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga, foi iniciado por volta das 9h desta terça-feira. Ao todo, 19 testemunhas, sendo cinco de acusação e o restante de defesa, foram convocadas. Neste primeiro dia, foram ouvidos todos os selecionados pelo Ministério Público, representado pelo promotor Francisco Rogério Campos, e mais duas pessoas definidas pelos advogados dos réus. Jason é defendido por Ércio Quaresma Firpe e Jonas tem como advogado Agnaldo José de Aquino Gomes.

Os ex-militares, que estão recolhidos na Penitenciária Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, são acusados de homicídio duplamente qualificado e também por posse irregular de dois revólveres com numeração raspada, que colocaram no colocaram do crime. A expectativa é de que o julgamento dure até sexta-feira. Seis homens e uma mulher são os jurados do caso.

Segundo denúncia do Ministério Público, Jason e Jonas atiraram contra o auxiliar de enfermagem Renilson Veriano da Silva, de 39 anos, e o sobrinho dele, o adolescente Jeferson Coelho da Silva, de 17, durante uma operação policial no aglomerado, no dia 19 de fevereiro de 2011. O cabo Fábio de Oliveira, de 45 anos, também teria participado das execuções, mas foi encontrado morto dois dias depois de ser preso dentro de uma cela no 1º Batalhão da PM, onde estava recolhido.

A denúncia destaca que o crime foi cometido “sem qualquer razão útil ou necessária” e com uso de recurso “que impossibilitou por completo” a defesa das vítimas.
Na época, os réus foram acusados de plantar provas contas as vítimas para tentar justificar a operação.

Com informações de Luana Cruz.