Jornal Estado de Minas

Polícia vai revelar detalhes do assassinato do fisioterapeuta funcionário da Câmara de BH

Polícia Civil diz que Christiano D'Assunção Costa, de 34 anos, foi morto por jovem de 17 anos, que foi apreendido

Guilherme Paranaiba

Em audiência na Assembleia Legislativa, Benedito Resende (C), tio de jovem morto no Gutierrez, defendeu que Congresso seja pressionado - Foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS


Um adolescente de 17 anos foi apreendido pelo assassinato do fisioterapeuta e funcionário da Câmara Municipal de Belo Horizonte Christiano D’Assunção Costa, de 34 anos, em 28 de janeiro no Bairro Buritis, Região Oeste de BH. Ele foi atacado quando saía de uma academia. O delegado Alexandre Oliveira da Fonseca, da Delegacia de Homicídios Barreiro, disse que o caso já está solucionado e que revelará nesta quarta-feira detalhes do crime. Fontes da Polícia Civil adiantaram que a morte de Christiano pode ter ligação com o homicídio do estudante Matheus Salviano Botelho, de 21, em 7 de fevereiro, no Bairro Gutierrez, também na Região Oeste. O carro dele foi roubado. Nos dois casos, as investigações apontaram que os crimes foram praticados com o objetivo de roubar.

Segundo o delegado Alexandre Oliveira, as provas contra o menor apreendido são “robustas” e indicam que ele atirou duas vezes em Christiano. “Os elementos são mais contundentes do que o próprio caso do Matheus, já solucionado pela Polícia Civil. Temos imagens do carro usado na fuga”, informou o delegado.
O policial sustenta que o adolescente faz parte de um grupo de infratores que mora no Barreiro e pratica roubos em outras regiões da cidade, como Centro-Sul e Oeste.

Na noite de 28 de janeiro, Christiano saía de uma academia quando foi abordado na Rua Senador Lima Guimarães, por volta das 22h. Ele levou dois tiros na cabeça já dentro do carro. “O jovem foi apreendido em outra ocorrência e as investigações nos levaram até ele”, garante o delegado.

As informações foram passadas pelo policial na manhã de ontem, durante audiência na Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, que recebeu as famílias de Matheus Salviano Botelho e do casal Lívia Viggiano, de 39, e Alexandre Werneck, de 46, mortos há dois meses por dois assaltantes na Serra do Cipó, na Região Central do estado, além de representantes das polícias Civil e Militar.

Deputados e os convidados discutiram o aumento da sensação de insegurança em Belo Horizonte e defenderam o endurecimento da legislação penal, para punir criminosos com mais rigor.

Desabafo

A irmã de Lívia, Erlane Viggiano, fez um apelo às autoridades. “Queremos Justiça para todos os crimes. Cada dia é uma dor diferente pela perda da minha irmã. Se não houver mudança na lei, os assassinos vão deixar a prisão e fazer de novo”.

O gerente do Procon Assembleia, Gilberto Dias de Souza, amigo de Alexandre Werneck, fez um discurso emocionado aos deputados e lembrou momentos marcantes do colega de trabalho. “A violência está banalizada. Estamos em uma areia movediça, onde os criminosos debocham do Código Penal. Que representatividade é essa que não faz valer o que as pessoas querem?”, questionou.

O tio de Matheus Salviano, Benedito Sérgio de Resende, elogiou todo tipo de mobilização que discuta mais punição aos bandidos. “É uma forma de pressionar o Congresso, que é quem pode legislar na área penal.

Temos outros jovens na nossa família e em outras. Não queremos que eles passem por isso, portanto, temos que reformar esse modelo penal inadequado”, defendeu.

 

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