No primeiro bimestre de 2014, houve 87.136 casos suspeitos de dengue clássica no Brasil, contra 427.678 no mesmo período de 2013, segundo o ministério. Do total deste ano, 16,16 % foram registrados em Minas, que só teve menos que Goiás (22.850) e São Paulo (16.147). Em número de casos graves, Minas ficou em quarto lugar, com 34 , enquanto o país teve 420. Já em quantidade de mortes causadas pela doença, o estado lidera com duas, empatado com Rio de Janeiro e Goiás. No país ocorreram nove óbitos, contra 192 registrados nos primeiros meses do ano passado.
Já entre os municípios, segundo o ministério, Belo Horizonte é o sexto com mais notificações de dengue clássica (1.647).
Em Paracatu, onde houve uma das duas mortes registradas em Minas neste ano – a outra ocorreu em Passos –, o número de casos confirmados já é mais da metade dos 983 de todo o ano passado. “A maior dificuldade é conscientizar a população sobre as medidas de combate à doença”, afirma Tamara Gabriela Ferreira Alves, enfermeira do setor de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo ela, a quantidade de casos em 2014 é ainda maior que 593, porque muitos não são informados à prefeitura. “Alguns profissionais não são conscientes da importância de notificar. Além disso, há pacientes que tomam medicação por conta própria e procuram atendimento só se o quadro piorar”, explica.
CHUVA
Em BH, onde oito pessoas morreram de dengue no ano passado, uma das causas para a redução no número de doentes foi a pouca chuva que caiu na capital em 2014, como admite a Secretaria Municipal de Saúde. Segundo o Instituto Climatempo, os acumulados neste ano foram de 110 milímetros em janeiro, 22,9 em fevereiro e 61,3 em março, até a manhã de ontem, enquanto nos mesmos meses de 2013 os índices foram de 434,6, 75,4 e 131,3, respectivamente.
“A condição climática facilita, mas o principal fator para essa melhora são as ações que desenvolvemos para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti e controlar a transmissão”, analisa a gerente de Vigilância em Saúde da secretaria, Maria Tereza Oliveira. “Temos um plano de controle da dengue. Fazemos um mapa de risco no município, que mostra onde está ocorrendo transmissão, com base nos casos suspeitos notificados, e onde tem o vetor, já que temos armadilhas de captura do mosquito”, ressalta.
Segundo a SES, nos municípios mineiros com alto risco de infestação foram encontradas larvas do mosquito transmissor da dengue em 4% ou mais dos domicílios. O município com maior índice é Itabira, na Região Central, com 7%, seguido de Governador Valadares (6,7%), no Vale do Rio Doce, e Ituiutaba (6,6%), no Triângulo.