Mesmo com liminar concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), determinando escala mínima na paralisação do metrô de Belo Horizonte, todas as estações amanheceram fechadas nesta quarta-feira e nenhum trem está circulando.
De acordo com o Sindmetro-MG, a liminar pode ser revogada na votação que ocorrerá no TRT às 14h, por isso a categoria está mantendo o protesto sem obedecer a decisão e disse que vai contestar a multa diária de R$ 50 mil fixada pela Justiça no caso de descumprimento. A determinação do TRT é de que 70 % dos trens devem circular de 5h30 às 9h e de 17h às 20h. Nos demais horários, o funcionamento deve ser de 50%.
Os metroviários vão se reunir às 8h30 na Praça da Estação, no Centro de BH, e seguem em passeata até a sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 3ª Região, na Avenida Bernardo Guimarães, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul da capital. Logo depois, os profissionais vão se reunir para definir rumos da paralisação, mas o Sindmetro-MG já adiantou que a intenção é de protesto apenas nesta quarta-feira.
A categoria está insatisfeita com a possível privatização do metrô e teme o aumento das passagens, além de uma demissão em massa. O Sindmetro-MG disse que, a exemplo de outros estados, a possível licitação do metrô visa o lucro de empresários. Os metroviários também alegam a falta de diálogo das autoridades e vão cobrar na Procuradoria Regional as explicações sobre planos futuros para o metrô da capital.
Assim que os metroviários anunciaram a paralisação, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) informou que, em fevereiro de 2011, o Governo Federal instituiu o processo de seleção de projetos para o PAC Mobilidade Grandes Cidades, com foco de prover investimentos aos sistemas de transporte público coletivo para melhorar a mobilidade urbana nas grandes cidades. O Governo de Minas submeteu ao processo de seleção, o Projeto de Revitalização e Ampliação da Rede de Metrô de Belo Horizonte, que foi aprovado dentro desse PAC. A proposta prevê recursos da União, governo estadual e prefeitura a serem executados por meio da METROMINAS, que é vinculada a Setop. A empresa fará a implantação, construção, operação, manutenção e exploração do transporte metroviário e ferroviário de passageiros da região metropolitana.
Na Estação Eldorado, em Contagem, na Grande BH, alguns funcionários estão presentes, mas sem prestar serviços ao público porque as portas permanecem fechadas. O impacto nos ônibus da região foi pequeno, mas alguns coletivos da plataforma B - que vão para capital – tiveram aumento da demanda. Grande parte dos passageiros já sabia da paralisação, por isso não apareceu no terminal. Na Estação São Gabriel, região nordeste da capital, os passageiros já chegaram direto procurando as plataformas do BRT/ Move, que ficaram lotadas. Apenas um ou outro desavisado foi até os portões do metrô e os encontrou fechados.
Reforço dos coletivos
Por causa da paralisação, a BHTrans programou um reforço de linhas do transporte coletivo que atendem algumas estações. Na Estação Vilarinho a linha 60 (Venda Nova/ Centro) vai operar com mais cinco veículos a partir das 5h.
Trânsito
Segundo a BHTrans, os pontos de trânsito lento, no sentido bairro/Centro, na manhã desta quarta-feira são: Avenida Cristiano Machado entre Rua Dom Leme e Silviano Brandão, Avenida Presidente Antônio Carlos entre Barragem da Pampulha e viaduto São Francisco, Avenida Presidente Carlos Luz entre Rua Serra Negra e Dom Pedro II, Avenida Dom Pedro II entre Elevado Castelo Branco e Carlos Luz, Avenida Amazonas entre 5° Batalhão e Contorno, Avenida Nossa Senhora do Carmo entre trevo do Belvedere e BH Shopping, Raja Gabaglia entre Rua Madre Tereza e Avenida do Contorno, Avenida Teresa Cristina entre metrô Calafate e Contorno.
(Com informações de Guilherme Paranaíba e Tiago de Holanda)