Jornal Estado de Minas

Metroviários saem sem respostas de reunião, mas paralisação deve ser de apenas 24 horas

Não há intenção do Sindmetro-MG em continuar a paralisação das estações de metrô, mesmo que os trabalhadores não tenham recebido as informações exigidas sobre sobre a possível privatização do sistema de transporte - que ficará sob comando da Metrominas

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri

Estação Vilarinho , em Venda Nova, vazia na manhã desta quarta-feira - Foto: Jair Amaral/EM DA Press

O Sindicato dos Empregados em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindmetro-MG) afirma que saiu sem respostas da reunião na manhã desta quarta-feira na Procuradoria Regional do Trabalho da 3ª Região, em Belo Horizonte. Mesmo sem as informações que exigiam sobre a possível privatização do sistema de transporte - que ficará sob comando da Metrominas - os profissionais indicam a paralisação de apenas 24 horas, conforme previsto. Eles não pretendem continuar com protestos, mas a definição final sobre os rumos da mobilização será divulgada após assembleia à tarde. De qualquer forma, está mantido o fechamento de estações até o fim do dia.

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Foram convocados para o encontro os representantes da Metrominas, Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e procuradoria do Estado, além dos trabalhadores. Apenas o advogado da CBTU compareceu na presença da promotora Luciana Marques do Coutinho, que conduziu a mediação com o Sindmetro-MG. De acordo com o sindicato, as explicações que eles queriam sobre concessão trabalhista, possíveis demissões e aumento da passagem dos trens não foram dadas.


O próximo passo dos metroviários é acompanhar o julgamento ação cautelar impetrada pela CBTU no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), às 14h30. Em caráter liminar ficou definido que 70 % dos trens deveriam circular de 5h30 às 9h e de 17h às 20h durante a paralisação desta quarta.

Nos demais horários, o funcionamento deveria ser de 50%. Os trabalhadores ignoram a decisão, a multa de R$ 50 mil diária e pararam o serviço completamente. Eles acreditam que a decisão da tarde vá reverter a aplicação da multa. Depois da votação no TRT, a diretoria do sindicato vai se reunir para discutir os próximos encaminhamentos.

Enquanto isso, todas estações continuam fechadas e a volta para casa pode ser complicada. Pela manhã, os ônibus d BRT/Move saíram lotados da Estação São Gabriel, na região nordeste, por causa da falta de trens.

A CBTU informou que não sabe dar aos metroviários as informações solicitadas. A Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) disse que não participou do encontro porque não teria como das as informações aos trabalhadores, pois está envolvida apenas na elaboração do projeto para revitalização do metrô.

Segundo a Setop, em fevereiro de 2011, o Governo Federal instituiu o processo de seleção de projetos para o PAC Mobilidade Grandes Cidades, com foco de prover investimentos aos sistemas de transporte público coletivo para melhorar a mobilidade urbana nas grandes cidades. O Governo de Minas submeteu ao processo de seleção, o Projeto de Revitalização e Ampliação da Rede de Metrô de Belo Horizonte, que foi aprovado dentro desse PAC. A proposta prevê recursos da União, governo estadual e prefeitura a serem executados por meio da Metrominas, que é vinculada a Setop. A empresa fará a implantação, construção, operação, manutenção e exploração do transporte metroviário e ferroviário de passageiros da região metropolitana.

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