Novas normas de conduta e segurança intensificada dentro da instituição. Essas são os primeiros objetivos anunciados pelo novo reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jaime Arturo Ramírez, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira. Ele tomou posse na segunda-feira com a saída de Clélio Campolina Diniz, nomeado para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
A nova gestão pretende elaborar medidas para melhorar as relações sociais na universidade. “Queremos estabelecer uma comissão para pensar as normas sociais de convivência no campus. Hoje há algumas normas, mas elas não são muito claras quanto a questões relacionadas a trotes, racismo e sexismo. Elas são vagas”, disse a vice-reitora, Sandra Goulart Almeida.
A instituição já foi palco de trotes polêmicos. Um deles, que teve repercussão nacional, aconteceu há um ano e envolveu calouros e veteranos da Faculdade de Direito. Nas imagens divulgadas na internet, um aluno segura por uma corrente uma aluna com o corpo coberto de tinta preta, com um cartaz onde estava escrito “Caloura Chica da Silva”. Outra foto mostra um jovem amarrado há uma pilastra, enquanto três colegas imitam a saudação nazista. Quatro estudantes estão sendo investigados em um processo administrativo.
Outra questão que preocupa a comunidade universitária é a segurança, principalmente no campus Pampulha. Em fevereiro deste ano, cinco bandidos assaltaram universitários no local. Um dos assaltantes estava armado e o grupo ameaçou seguranças na portaria antes de entrarem no local. A Polícia Militar recebeu pelo menos três denúncias via 190 e registrou um boletim de ocorrência para o roubo de um Renault Sandero de uma aluna de 21 anos, além da carteira de um outro universitário, de 23 anos. Houve relatos de outros crimes na mesma data, mas eles não foram registrados.
O reitor informou que tem a intenção de elaborar um esquema de segurança para que todas as pessoas que entrem no campus, ou em qualquer outra dependência do local, sejam obrigadas a se identificar. “Estamos em processo de elaboração dessa proposta (aumento da segurança). Teremos que avançar na identificação das pessoas que aqui trabalham, estudam e prestam serviço. Isso terá que ser discutido com a comunidade”, explica. Ainda na entrevista, Jaime Ramírez informou que, possivelmente, o número de câmeras na instituição pode ser aumentado.