Terminou às 17h30 o segundo dia do julgamento dos ex-policiais militares Jason Ferreira Paschoalino e Jonas David Rosa, acusados de matar Renilson Veriano da Silva, de 39 anos, e seu sobrinho, Jéferson Coelho da Silva, de 17, no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em fevereiro de 2011. Nesta quarta-feira, quatro pessoas foram ouvidas, entre elas um morador da comunidade e outros três policiais militares. Todos foram arroladas pela defesa. O júri retorna nesta quinta-feira às 8h30 com o depoimento dos réus.
O julgamento começou às 8h45, com o depoimento do major Barbosa, presidente da comissão do processo administrativo militar da PM, responsável pelo procedimento investigativo aberto para apurar as mortes. O militar afirmou que, após ouvir 28 testemunhas, não conseguiu levantar provas suficientes para incriminar os réus. Por isso, defendeu a permanência deles na corporação.
Segundo ele, a costureira que reconheceu a farda achada no dia do crime foi ouvida. Porém, não foi o major que a interrogou. Barbosa não soube dizer se as medidas da roupa eram compatíveis com a numeração de Jason.
Depois do major, falou o tenente Santana, que esteve na cena do crime no dia das mortes. De acordo com o militar, a viatura não estava designada para seguir até o Aglomerado da Serra. Porém, o oficial tem a autonomia e pode dar autorização para isso.
Quando estava no local do crime, disse que se preocupou em socorrer os feridos. Além de tio e sobrinho, Jonas Rosa também alegou que estava ferido. O soldado apresentava uma vermelhidão no peito, conforme a testemunha, e chegou a ficar em observação no hospital. Também informou que nunca soube de alguém que se dispusesse a receber um tiro, mesmo com colete, para forjar um ataque. Segundo ele, os policiais teriam sido recebidos a tiros por um “bonde” (grupo de pessoas).
O tenente também contou que chegou a abordar Renilson Veriano e Jéferson Coelho, vítimas no caso, por mais de uma vez em locais suspeitos. Em todas as ocasiões, nada ilícito foi encontrado com eles. Conforme a testemunha, tio e sobrinho tinham amizades com traficantes e havia informações que eles se valiam do parentesco com militar para traficar.
O último a prestar depoimento foi um sargento que trabalhou com os acusados.