A Juíza da Primeira Instância do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Wilmeia da Costa Benevides , manteve a multa de R$ 50 mil para o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindmetro-MG) por desrespeitar uma liminar concedida a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Os metroviários tinham que manter uma escala mínima durante a paralisação desta quarta-feira, porém, as estações ficaram todas fechadas. O vice-presidente do Sindmetro, Romeu Machado Neto, diz que irá recorrer da decisão e garantiu que não haverá greve até 31 de março.
Na reunião de conciliação, ficou definido que a CBTU irá cobrar um parecer oficial sobre a privatização do metrô e irá repassar para os metroviários em novo encontro marcado para o dia 3 deste mês1. Em contrapartida, os metroviários não poderão paralisar as atividades até esta data. Para o Sindmetro, o encontro foi produtivo mesmo com a multa mantida. “Na verdade não estamos preocupados com a multa, pois acho que o objetivo foi atingido. Ainda não sabemos se vamos pagá-la, já que ainda cabe recurso. O fato positivo é que a Justiça determinou que a CBTU nos traga um posicionamento. Tentamos isso via reunião, via carta e administrativamente, mas não fomos atendidos”, comentou Romeu Neto.
Por causa da paralisação, todas estações ficaram fechadas nesta quarta-feira. Pela manhã, os ônibus do BRT/Move saíram lotados da Estação São Gabriel, na região nordeste, por causa da falta de trens. Os metroviários garantem que não vão mais paralisar as atividades. “Vamos cumprir a determinação da Justiça de não paralisar até 31 de março”, afirma Neto.
Mais cedo, em uma reunião na Procuradoria Regional do Trabalho da 3ª Região, nada ficou acertado. Conforme o Sindmetro, mesmo com a presença do advogado da CBTU, as informações sobre concessão trabalhista, possíveis demissões e aumento da passagem dos trens não foram confirmadas.
A CBTU informou que não sabe dar aos metroviários as informações solicitadas. A Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) disse que não participou do encontro porque não teria como dar as informações aos trabalhadores, pois está envolvida apenas na elaboração do projeto de revitalização do metrô.