“Não posso fazer mais nada. Não tem como trazer ele de volta”. Foi com essa frieza que o jovem Wesley de Oliveira Coelho, de 18 anos, confessou ter matado o adolescente Evandro de Castro Alves, de 14, que foi encontrado dentro de um balde no Bairro Maria Goretti, Região Nordeste de Belo Horizonte. O criminoso foi apresentado na tarde desta quinta-feira na Divisão de Operações Especiais (Deoesp). O crime aconteceu depois que o menor falou sobre a namorada de Coelho. Os dois haviam consumido maconha momentos antes.
O homicídio foi descoberto na terça-feira. Evandro estava desaparecido desde a tarde de segunda-feira, quando foi para casa de Wesley para jogar video-game.
Durante disputa de video-game, conforme Coelho, o menor brincou dizendo que iria ficar com a namorada dele. Neste momento, Wesley se armou com um pedaço de madeira enquanto Evandro foi até a cozinha e pegou uma faca. O adolescente achou que se tratava de uma brincadeira, porém foi atingido fortemente por um golpe na cabeça e desmaiou.
No primeiro depoimento prestado pelo criminoso, ele disse que o menor morreu ao receber a paulada. Porém, ao ser ouvido novamente, disse que o garoto ficou desacordado. Ao ver que ele se mexia, pegou um balde, colocou água e o afogou. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) vai concluir qual foi a causa da morte.
O corpo de Evandro foi encontrado depois que a família dele procurou um amigo investigador que trabalha no Deoesp. Os policiais descaracterizados fizeram os primeiros levantamentos e chegaram até a casa de Wesley. Ao ser questionado, o jovem entrou em contradição e em seguida tentou fugir, porém foi contido. O cadáver do adolescente estava em um quarto com a cabeça dentro de um balde e com os braços e pernas amarrados.
Ao saberem do crime, moradores da região e familiares do adolescente foram até o imóvel e chegaram a agredir Wesley e a namorada dele, Anne Carolina Bispo, de 21.
Frio e sem arrependimentos
Durante a apresentação na tarde desta quinta-feira, Wesley se mostrou uma pessoa fria e sem nenhum arrependimento do crime. Ele questionou o fato da vítima ser tratada como uma pessoa de bem. “O menino não é gente boa não como a família pensa. Ele estava envolvido com tretas comigo”, disse. Também não se mostrou arrependido. ““Não posso fazer mais nada. Não tem como trazer ele de volta”, afirmou.
De acordo com a delegada Talita Martins, responsável pelas investigações, o jovem já tem várias passagens pela polícia quando era menor de idade. “Ele tem um histórico grande na criminalidade quando era menor. Tem passagens por furto, tráfico de drogas, formação de quadrilha e roubo”, comenta..