O piloto e empresário italiano, Claudio Grigoletto, acusado da morte da mineira Marilia Rodrigues Silva Martins, 29, manteve em audiência esta semana a versão de que derrubou Marília durante uma briga, sem a intenção de matar. No entanto, assumiu o assassinato, novamente, dizendo que estrangulou a mulher. Essa segunda audiência do julgamento aconteceu na última segunda-feira em Bréscia, Itália.
O crime foi em 29 de agosto na cidade de Gambara, dentro do escritório da Alpi Aviation do Brasil, empresa de Grigoletto, onde a mulher trabalhava. A turismóloga brasileira – grávida de cinco meses - foi encontrada com vários ferimentos no rosto e na nuca. Ela estava caída no imóvel onde havia um forte cheiro de gás, causado por um vazamento da caldeira. A hipótese de um acidente foi descartada já no início das investigações, após a autópsia.
Claudio Grigoletto era amante da mineira, além de pai da criança que ela esperava.
"Eu não queria acreditar naquilo que tinha feito, mas eu tinha consciência de tê-la matado. Quando percebi que estava morta, abri o gás da caldeira do escritório. Espalhei amônia e ácido clorídrico pelo corpo, depois peguei alguns jornais e tentei colocar fogo sobre ele", acrescentou o acusado.
De acordo com o réu, antes de cometer o crime, ele pensou várias vezes em se suicidar por conta das dificuldades econômicas que enfrentava e porque estava cada vez mais difícil esconder o caso com a brasileira da sua esposa, com quem tem duas crianças. Depois de ser preso acusado do crime contra Marília, Grigoletto, tentou se enforcar na cadeia, mas foi salvo por outros detentos. Ele é acusado pelo Ministério Público de homicídio, tentativa de ocultação de cadáver e aborto.
Grigoletto também relatou que sabia que a verdade seria descoberta em questão de horas, e que inicialmente negou o crime para aproveitar seus últimos momentos "de felicidade" com os filhos. Conforme a agência Ansa, o processo vai continuar no próximo dia 17 de abril, quando deverá ser conhecida a sentença do júri.
Marília morava na Itália há 10 anos e estava sem parentes no país europeu desde que sua mãe retornou ao Brasil. De acordo com familiares, na maior parte do tempo, ela trabalhou como aeromoça, tendo prestado serviços para pelo menos três companhias.