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Estado de Minas

Um engenheiro e dois operadores são indiciados por morte em mina na cidade de Sabará

O trio, segundo a Polícia Civi, vai responder por duplo homicídio culposo e lesão corporal pela queda de elevador que matou dois operários


postado em 22/03/2014 06:00 / atualizado em 22/03/2014 07:36

Elevador despencou de 500 metros na noite de quinta-feira em mina da AngloGold e polícia abriu investigação(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Elevador despencou de 500 metros na noite de quinta-feira em mina da AngloGold e polícia abriu investigação (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Um engenheiro e dois operadores do elevador que despencou num túnel da Mina Cuiabá, da AngloGold Ashanti, em Sabará, na Grande BH, foram autuados em flagrante por duplo homicídio culposo – quando não há intenção de matar – e lesões corporais em duas pessoas. O acidente ocorreu na tarde da quinta-feira e matou dois operários e feriu outros dois, depois que o elevador despencou pelo duto com cerca de 500 metros de profundidade. Os indiciados, que são funcionários da Shaft Engenharia, empresa terceirizada pela Anglo, prestaram depoimento e foram liberados depois de pagarem fiança de R$ 1 mil cada.

Para o delegado Guilherme Guimarães Catão, da 3ª Delegacia de Sabará, que está investigando o caso, há indícios de crimes, embora os envolvidos sugerem ser uma fatalidade. “Não se trata de presumir culpa. Elevador cair não é comum. Faremos uma investigação técnica para entender o que ocorreu. Já se sabe que antes de operar o equipamento é preciso realizar um check-list, que deveria apontar qualquer problema com o equipamento.”

De acordo com o policial, o funcionário que operava o elevador, chamado de gaiola, contou que a roldana em que o cabo de aço é enrolado se desprendeu e, mesmo acionando o freio manual, não conseguiu evitar a queda. “A gaiola tinha três compartimentos. Com peso de 2,5 toneladas, o elevador desceu pelo túnel batendo nas laterais. Com o impacto ao final do percurso, os operários que estavam na parte inferior foram esmagados pela estrutura.”

O presidente do Sindicato dos Mineiros de Nova Lima e Região (Sindmineiros), Marcelino Antônio Edwirges, disse que nessa sexta-feira pela manhã fiscais da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho estiveram no local do acidente fazendo levantamentos. “Na segunda-feira vamos reunir com os técnicos do ministério para definir que providências serão tomadas. Já adianto que vamos entrar com ações contra a Anglo e as empreiteiras. Essas empresas terceirizadas, dizendo-se da base da construção civil pesada, têm sonegado informações, burlando a fiscalização do sindicato”, reclamou.

Edwirges contou que os operários da Shaft trabalhavam no revestimento de um túnel de ventilação da mina. “Eles realizavam o trabalho de preparação da estrutura de contenção, instalando cabos nas paredes, antes de iniciar a concretagem.”

CUIDADOS A AngloGold Ashanti, por meio de nota, reforçou ontem que a empresa observa e aplica seus princípios e rígidos valores e não é diferente com seus fornecedores e prestadores de serviços. Dentre os cuidados estão a exigência de profissionais e empresas qualificadas, que tenham seu próprio programa de gerenciamento de risco, independentemente do porte e atividade a ser realizada nas dependências da empresa. A Anglo esclareceu ainda que a perícia foi realizada e é necessário aguardar o resultado dos trabalhos coordenados pela Polícia Civil. “Reafirmamos solidariedade com todos os familiares e amigos dos falecidos e feridos”, disse a nota.

A Shaft Engenharia, também por meio de nota, lamentou o acidente. “A empresa se solidariza com a família e está dando toda a assistência necessária neste momento. A Shaft Engenharia, que nunca teve registros de acidentes fatais anteriores, está contribuindo com as autoridades no esclarecimento dos fatos”. No acidente na mina ficaram feridos Adriano José Perrinha e Ivanildo Pereira Gomes, que tiveram fraturas graves nas pernas e escoriações. Eles não correm risco de morrer e permaneciam internados ontem no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. O corpo de Luiz Alberto Santos Cerqueira, de 63 anos, será levado para o interior da Bahia, e Thiago Luiz de Oliveira, de 31, será enterrado hoje em Caeté.


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