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Estado de Minas

Obras no Espaço Multiuso do Parque Muncipal estão paradas

Espaço Multiuso que seria inaugurado em abril, no Parque Municipal, Centro de BH, não tem nem paredes. Especialista diz que problema financeiro atrapalha andamento da construção


postado em 23/03/2014 00:12 / atualizado em 23/03/2014 07:43

Gustavo Werneck

Apenas cinco operários trabalham na obra do Espaço Multiuso. No início, eram 40 funcionários contratados(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Apenas cinco operários trabalham na obra do Espaço Multiuso. No início, eram 40 funcionários contratados (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Previsto para ser concluído em abril, conforme anunciado há um ano, o Espaço Multiuso em construção no lugar do antigo Colégio Imaco, dentro do Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro da capital, está com as obras paradas. Esta é segunda vez que os serviços são interrompidos pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) – outra ocorreu em agosto e mais de dois meses. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), responsável pela intervenção, não se manifesta sobre o assunto, mas um especialista ouvido pelo Estado de Minas, e que prefere o anonimato, explicou que o atraso e interrupção decorrem de um problema financeiro, tecnicamente denominado “reequilíbrio de preços”.

Por duas vezes na semana passada, a reportagem esteve no local e verificou que a paralisação desta vez já dura 20 dias. E mais: há apenas cinco operários praticamente sem ter o que fazer, situação muito diferente de antes, quando de 35 a 40 trabalhavam para erguer a construção no lugar do Imaco. Conforme o EM apurou, o atraso nos serviços é de quase 50% em relação ao cronograma inicial. Nenhum dos trabalhadores, incluindo encarregados da empreiteira contratada, quis dar entrevista ou explicar o motivo da paralisação.

O certo mesmo é que, em vez de um equipamento prestes a ser entregue à comunidade, estão apenas fundações e alicerces numa área fechada com tapumes, sem sinal de paredes, mobiliário e, principalmente, gente. Durante a semana, foram feitas sucessivas ligações telefônicas para a Sudecap, acompanhadas de e-mail solicitando explicações, mas a única resposta do órgão municipal, via assessoria de imprensa, é de que ainda não havia resposta para o caso.

RECURSOS Com projeto do arquiteto Gustavo Penna e demandando recursos de R$ 15 milhões – R$ 13,5 milhões do governo de Minas e R$ 1,5 milhão da PBH –, o Espaço Multiuso, com 2 mil metros quadrados de área construída, deverá ter um palco para shows e plateia com capacidade para 3 mil pessoas, além de varandão integrado ao meio ambiente, acessos a uma biblioteca, cafeteria e outros serviços. Na solenidade de lançamento do projeto em 6 de abril de 2013, foi divulgado que a gestão do espaço será da Fundação Municipal de Cultura (FMC), embora o parque seja administrado pela Fundação de Parques Municipais.

Na época, diante do governador Antonio Anastasia e outras autoridades, o prefeito Marcio Lacerda declarou: “Trata-se de uma obra emblemática para todos nós, pois o Parque Municipal é um espaço democrático e terá sua importância mais destacada. O projeto foi elaborado entre 2007 e 2008, teve processo de licitação há mais de um ano, mas enfrentou dificuldades, na época, para obter financiamento no Ministério do Turismo. Dessa forma, o governador entrou como parceiro”.

Em nota, o governo de Minas, via Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), informou que “mantém estreito alinhamento com a PBH com o objetivo de assegurar o cumprimento de todas as exigências do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), agente financiador do empreendimento, quanto à liberação de recursos necessários à obra”.

No fim da década de 2000, causou polêmica o projeto de demolição do Colégio Imaco, inaugurado em 1952, quando Américo Renné Ginnetti (de 1951 a 1954) era prefeito. Em 2009, o prédio foi desativado. Mas o arquiteto Gustavo Penna, defende que ele é da maior importância para o espaço público, que deixará de ter um “Imaco opaco” para ganhar uma área revitalizada e um equipamento cultural e com outras finalidades. Ao ver o local fechado com os tapumes, a professora aposentada Rose Almeida, moradora do Centro, ficou impressionada. “Não era para ficar pronto antes da Copa?”, perguntou, certa de que a situação demanda melhor planejamento.

Memória
Atraso em projetos

Em 23 de agosto de 2013, houve paralisação dos serviços durante mais de dois meses. O motivo do atraso alegado pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) decorreu de “refinamento dos projetos”. Isso se traduz por problemas nas fundações, o que depois foi resolvido. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) informou que a liberação de recursos por parte do governo estadual estava condicionada à solução de algumas pendências técnicas no projeto.


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