Jornal Estado de Minas

Apesar das obras emergenciais, perigos no Anel Rodoviário permanecem

Trecho campeão de acidentes no Anel Rodoviário terá obras emergenciais, mas outras áreas que representam ameaças à vida terão que esperar mais para serem recuperadas

Jorge Macedo - especial para o EM
Guilherme Paranaiba
Cruzamento do Anel com a Pedro II, recordista de ocorrências, será revitalizado - Foto: Ramon Lisboa

A marca dos freios dá indícios de que o veículo saiu da pista. A falta de uma área de escape ou acostamento ameaça a vida do motociclista e da mulher na garupa, que têm problemas com um pneu furado. O caminhão ultrapassando pela esquerda desrespeita as leis e aumenta o risco para os demais condutores. Tudo isso foi visto pela reportagem do Estado de Minas, anteontem, no km 13 do Anel Rodoviário, no cruzamento com a Avenida Dom Pedro II, Bairro Jardim Montanhês, Noroeste de Belo Horizonte. Os flagrantes ajudam a entender a razão do trecho ter sido o recordista de acidentes em 2013 na rodovia, com 331 ocorrências. Para este local, a previsão é de que mês que vem seja publicado o edital das obras de melhoria viária, com a perspectiva de início das intervenções em junho. Já para os demais quatro pontos que completam o ranking dos cinco segmentos com maior número de acidentes, a expectativa é de que a licitação seja lançada até o fim do ano, pois eles não integram o pacote emergencial anunciado pelo governo do estado para o primeiro semestre.

O primeiro lote de obras contempla, além do cruzamento com a Avenida Dom Pedro II, as intersecções do Anel com a Avenida Ivaí, nos limites dos bairros Glória, Padre Eustáquio e Alípio de Melo (Noroeste), e com a Avenida Amazonas, Bairro Madre Gertrudes (Oeste). Dessa forma, estão fora da primeira etapa de revitalização o km 8, cruzamento com a Avenida Antônio Carlos, Bairro São Francisco (Pampulha), que registrou 254 acidentes ano passado, além do km 16,  na intersecção com a BR-040, Bairro Califórnia (Noroeste), com 229 acidentes em 2013, e outros dois pontos nas imediações da rodovia com a Avenida Presidente Carlos Luz.

Um deles é o km 12, em que a referência é um radar no Bairro Caiçara, (Noroeste), que registrou 205 colisões. O último ponto dos cinco mais perigosos é o km 10, que tem como referência a empresa Coca-Cola, Bairro Aparecida (Noroeste). Ano passado, 194 acidentes foram registrados pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv) nessa região.

TRÂNSITO PARADO O tenente Geraldo Donizete, oficial responsável pelo policiamento no Anel Rodoviário, afirma que a principal razão de o km 13 liderar as estatísticas de acidentes é o volume de veículos submetidos à retenção comum na região da Praça São Vicente. “O trânsito para e as pessoas não prestam atenção, causando acidentes. Tem também os casos em que o motorista vai olhar para o radar e quando percebe já bateu”, diz Donizete.


O militar afirma também que apesar de só um dos quatro pontos que mais concentraram acidentes em 2013 ter a prioridade nas intervenções, as obras na Pedro II e na Avenida Ivaí, onde está a Praça São Vicente, vão significar a melhoria desde a Avenida Pedro II até a saída para Brasília, trecho entre os kms 13 e 16. “Normalmente, temos uma grande retenção que se estende por todo esse percurso. Com a reforma, a tendência é de solução dos problemas”, afirma o militar.

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