Guilherme Paranaiba
Se por um lado o número de acidentes no Anel Rodoviário diminuiu em 2013, em comparação com 2012, por outro aumentaram as ocorrências com vítimas, somando mortos e feridos. Esse incremento vem desde 2011, quando 797 batidas tiveram vítimas que necessitaram de atendimento médico. Em 2012, esse número passou para 861 e no ano passado fechou em 870. Especialistas acreditam que o aumento pode ser atribuído à alta velocidade dos veículos, especialmente nos horários fora do pico, além da circulação cada vez maior de motociclistas, que estão mais expostos a ferimentos quando se envolvem em acidentes.
A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) atribui o problema à falta de atenção de pedestres, vítimas frequentes de atropelamentos, e também à imprudência dos motociclistas. Em 2012, 31 pessoas morreram nas 861 ocorrências em que houve o registro de vítimas. Ano passado, o número subiu para 35, puxado pelos atropelamentos e pelos acidentes com motociclistas, conforme o Estado de Minas mostrou em janeiro.
O caminhoneiro Cleber Madureira, de 28 anos, passa constantemente pelo Anel Rodoviário e atribui o aumento do número de acidentes com vítimas à combinação de imprudência e falta de estrutura. “É muita correria e muita gente que bebe e dirige nesse Anel Rodoviário. Quando bate, a chance de alguém se machucar é maior, ainda mais que não tem para onde sair”, diz ele. O coordenador do Departamento de Transportes da Fumec, Márcio Aguiar, acredita que o aumento da velocidade fora do horário de pico é a principal causa do crescimento dos acidentes com vítimas. “Quanto maior é a velocidade, maior é a severidade dos acidentes e, consequentemente, maior a chance de as pessoas se machucarem”, afirma o professor. Outra razão apontada por Aguiar é a presença de motoqueiros em larga escala no Anel Rodoviário. “Normalmente as condutas dos motociclistas são mais imprudentes. Quando se acidentam é grande a chance de termos mortos ou feridos”, completa o especialista.