Gustavo Werneck
Culto ecumênico e momentos de confraternização marcaram, na manhã de ontem, a chegada da Coluna da Vitória ao Rio de Janeiro (RJ). O comboio com 85 veículos militares de época viajou para lembrar os 70 anos do embarque da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália e batismo de fogo nos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A solenidade foi no Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo. “É um dia emocionante para nossa história, pois homenageamos os combatentes que lutaram com bravura”, disse o presidente da Associação Brasileira de Preservadores de Viaturas Militares (ABPVM), Marcos Moretzsohn Renault Coelho, que dividiu a organização da jornada com João Barone, dirigente do Grupo Histórico FEB (GHFEB) e mais conhecido como baterista da banda Os Paralamas do Sucesso. A jornada teve apoio do Exército.
A chuva na capital fluminense não impediu que em torno de 400 pessoas fossem ao Aterro do Flamengo para ver a chegada dos veículos pertencentes a colecionadores – jipes, caminhonetes, caminhões e motocicletas – usados no maior conflito da história da humanidade. “Correu tudo bem na viagem, do início ao fim. Em São João del-Rei, na Região do Campo das Vertentes, saímos do 11º Batalhão de Infantaria Montanha (Regimento Tiradentes) ao som da Canção do Expedicionário, o hino dos pracinhas. Já em Santos Dumont, onde fizemos outra parada, os estudantes de escolas públicas nos cercaram querendo detalhes. Foi bonito demais”, contou Marcos Moretzsohn, cantarolando os versos: “Por mais terras que eu percorra/Não permita Deus que eu morra/Sem que volte para lá…”
EFETIVO
Do Brasil, foram para a Europa, de julho de 1944 a fevereiro de 1945, 25.334 militares de todos os estados, em cinco escalões, mais 73 enfermeiras (67 do Exército e seis da Aeronáutica). Marcos Moretzsohn explicou que a Coluna da Vitória foi antecipada devido à Copa’2014, com início em 12 de junho. Segundo especialistas, o Brasil, então presidido por Getúlio Vargas (1882-1954), declarou guerra à Alemanha de Adolf Hitler e demais países do Eixo, depois do naufrágio de mais de 50 navios brasileiros, em águas nacionais, torpedeados por submarinos alemães. O saldo foi de cerca de 1 mil brasileiros mortos. No final da guerra, foram contabilizadas 60 milhões de vidas perdidas e destruição em vários países.