Os nove agentes penitenciários que estavam na Central de Escoltas de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, quando 45 armas foram roubadas na manhã desta segunda-feira, foram afastados. A medida foi tomada pelo secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz. Eles ficarão fora de serviço por 30 dias, prorrogáveis pelo mesmo período.
De acordo com Ferraz, a medida visa assegurar a transparência das investigações e resguardar a integridade dos próprios agentes penitenciários. A Corregedoria da Secretaria de Estado de Defesa Social também continua com as apurações sobre possíveis desvios de condutas de funcionários.
O roubo das armas foi detectado no início da manhã, quando acontecia a troca de turno. Agentes que chegaram para trabalhar encontraram colegas dormindo e outros passando mal. A suspeita é que eles tenham sido dopados. Quando fizeram uma verificação na sala de armas, detectaram que haviam sido roubadas 39 pistolas PT.40 e seis submetralhadoras. Além disso, foram levadas aproximadamente mil cartuchos.
Os agentes que estavam no local no momento do crime foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) onde passam por exames que poderão detectar a ingestão de produtos indevidos. Os alimentos ingeridos também estão sendo analisados pela perícia da Polícia Civil. A alimentação entregue aos agentes vêm em marmitas distribuídas pela empresa Stillus, que pertence à família Perrella, e ganhou licitação para o serviço. Porém, a PM afirmou que um suco e uma salada de frutas, levados por um dos agentes de plantão e consumidos por todos eles, pode ser a causa do problema.
O governador Antonio Anastasia (PSDB) determinou, na tarde desta segunda-feira, prioridade na captura dos criminosos e na recuperação do armamento. Por isso, uma força-tarefa, com a participação das polícias Civil e Militar, e agentes do setor de Inteligência da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), foi montada para fechar o cerco.
De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) logo que foi detectado o roubo do armamento, uma megaoperação foi montada nos arredores da Central de Escoltas para tentar encontrar os criminosos. Militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), Batalhão de Eventos, Canil e do 40ª Batalhão da Polícia Militar realizam um cerco nos principais acessos ao município de Ribeirão das Neves e nas estradas da região.
O setor de Inteligência da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) contribui com as investigações e a Corregedoria da Secretaria de Estado de Defesa Social foi acionada para apurar possíveis desvios de condutas de funcionários. A Divisão Especializada de Operações Especiais (Deosp) também investiga o caso.