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Estado de Minas

Dono da Madeireira Macal é indiciado pela morte do cunhado

Inquérito da Polícia Civil, apresentado hoje, aponta o empresário como mandante do assassinato de André Elias Ferreira, em junho de 2011. Outros três envolvidos também foram denunciados pelo Ministério Público


postado em 26/03/2014 12:41 / atualizado em 26/03/2014 12:50

Os delegados Wagner Pinto e Frederico Abelha, o responsável pelo inquérito(foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
Os delegados Wagner Pinto e Frederico Abelha, o responsável pelo inquérito (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, que o empresário Luiz Antônio Caus, de 50 anos, é o mandante da morte do cunhado, o analista de sistemas André Elias Ferreira, de 40 anos, assassinado em junho de 2011. Outros três suspeitos de envolvimento no crime estão presos e um quarto, foragido. Luiz Antônio está preso desde o dia 5 de fevereiro e já vinha sendo investigado desde aquela época, suspeito de ter contratado executores para dar um fim à vida da vítima, por motivação patrimonial.

O chefe do Departamento de Investigações, delegado Wagner Pinto, e o delegado responsável pelo inquérito, Frederico Abelha, da Delegacia de Homicídios Sul, apresentaram o resultado das investigações nesta manhã. De acordo com a Polícia Civil, André Elias era casado com a irmã de Luiz, Carmen Valeska Caus, e era ex-funcionário da madeireira da qual a esposa e o cunhado eram donos. Depois de começar o relacionamento amoroso com Carmen, ele passou a orientá-la sobre os negócios da família

A desavença entre Luiz e André começou quando, por orientação deste último, o pai de Luiz determinou a ordem de despejo do filho do imóvel onde funcionava a madeireira, na Avenida Nossa Senhora do Carmo. A partir de então, Luiz desenvolveu um ódio pela vítima e começou a articular a trama.

Segundo os delegados, o inquérito aponta que Luiz recorreu ao amigo, o também empresário Ivens José Lombardi, de São João del-Rei. Este procurou um segundo intermediário, identificado como João Alves Moreira, que contratou o executor Jeremias Eufrânio da Silva. Ao perceber a complexidade do crime – considerando que a vítima morava em um condomínio fechado e vigiado -, Jeremias percebeu que precisava de um comparsa e pediu ajuda a Pedro Carlos de Freitas Ferreira Alves, o segundo executor. Cada um deles recebeu R$ 10 mil. Outros R$ 5 mil foram destinados a João Alves. Ivens teria feito a negociação por amizade ao empresário.

André Elias foi morto a tiros em 23 de junho de 2011, depois de deixar uma lanchonete às margens da BR-381 em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele viajava acompanhado do filho, de 4 anos.

A suspeita de que Luiz era o mandante do crime foi levantada pela própria irmã, na época do crime, tendo em vista as desavenças entre os dois. No entanto, a polícia ainda não tinha elementos que comprovassem isso. Assim, a Polícia Civil determinou a quebra dos sigilos bancário e telefônico, resultando nas informações que subsidiaram o inquérito e comprovaram a negociação feita entre mandantes, intermediários e executores, além de provar o passo-a-passo do crime e a presença dos pistoleiros no local.

Dos cinco envolvidos na trama, apenas Pedro Carlos se encontra foragido. Dos presos, três estão na Penitenciária Nelson Hugria, em Contagem, na Grande BH e um foi levado para um presídio em Itaúna, Centro-Oeste do estado. Eles já foram indiciados e vão responder pelo crime de homicídio duplamento qualificado, por motivo torpe, e podem pegar de 12 a 30 anos de prisão. As prisões do dia 5 eram temporárias, mas já foram convertidas para preventivas. Ainda segundo a Polícia Civil, os envolvidos já foram denunciados pelo Ministério Público à Justiça e devem aguardar o julgamento presos.


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