As capivaras da Lagoa da Pampulha começam, na segunda-feira, a ser apreendidas e cercadas em uma área do Parque Ecológico. São cerca de 250 animais que ficarão no recinto para tratamento e cuidados. Segundo o vice-prefeito e secretário de Meio Ambiente, Délio Malheiros, os animais serão alimentados com cana-de-açúcar, terão os carrapatos retirados e irão passar por uma série de exames para saber o estado de saúde de cada um.
Até saírem os resultados dos exames, a expectativa é que a prefeitura defina para onde elas serão levadas definitivamente. “A prioridade é olhar a saúde desses animais”, afirmou. Caso alguma capivara apresente contaminação, a Fundação Zoobotânica irá auxiliar no tratamento. O objetivo é definir se os roedores são reservatórios da bactéria causadora da febre maculosa.
No início do mês, Délio Malheiros informou que também seria criada uma barreira química para bloquear a disseminação do carrapato-estrela, transmissor da doença. Ele pica a capivara antes de chegar ao ser humano e o bloqueio será feito com carrapaticida. Seis empresas estão interessadas em fazer o procedimento que terá valor máximo de R$ 400 mil.
Os carrapatos retirados dos animais serão enviados à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para análise.
A necessidade de um controle das capivaras começou a ser discutida no ano passado. Os animais estavam pisoteando e atacando os jardins projetados por Burle Marx (1909-1994), restaurando recentemente. Muitas plantas, como a moisés-no-cesto, considerada muito rara, foram destruídas. Na mesma época, surgiu o alerta por conta da febre maculosa. A doença é transmitida pelo carrapato que se alimenta de sangue de animais como capivaras, cavalos, cães, aves domésticas. Os sintomas da infecção são febre alta, dor no corpo, dor de cabeça, falta de apetite e desânimo, seguidos de manchas vermelhas na pele. .