Jornal Estado de Minas

Casa de agente penitenciário é alvo de tiros em Itajubá

Ataque à residência de outro profissional aconteceu na noite de quinta-feira. Os tiros atingiram o portão do imóvel e ninguém ficou ferido. Um suspeito do crime foi preso

Cristiane Silva
A residência de mais um agente penitenciário da cidade de Itajubá, no Sul de Minas Gerais, foi alvo de um ataque.
O caso aconteceu na noite de quinta-feira no Bairro Novo Horizonte. Um jovem de 19 anos foi detido pela PM na região e nega o crime. A polícia investiga se o fato tem relação com a onda de ataques que aconteceu na cidade no início deste mês.

De acordo com o delegado Pedro Henrique Rabelo Bezerra, a Polícia Militar foi acionada depois que o portão da casa do agente foi atingido por vários tiros. Durante as buscas pelo bairro, eles prenderam o rapaz, que estava com munição. Ele revelou a localização de duas armas de fogo, uma garrucha e um revólver, mas negou envolvimento no ataque. Ele foi preso por porte ilegal de arma de fogo e encaminhado ao Presídio de Itajubá. Conforme o delegado, ainda não foi possível avaliar se ele é o autor disparos e se o caso tem relação com os demais ataques.


Até o momento, três suspeitos de envolvimento na série de crimes foram identificados. São dois adolescentes, um de 16 anos e outro de 17, este último apreendido na semana passada com um revólver calibre 38. O terceiro é um detento. A polícia acredita que os ataques foram motivados pela insatisfação dos presos com a disciplina rígida no presídio de Itajubá.

ENTENDA O CASO O primeiro dos sete ataques aconteceu na madrugada de 4 de março quando o agente penitenciário, que trabalha no Presídio de Santa Rita do Sapucaí, dormia em casa no Bairro Vila Rubens, em Itajubá. Ele escutou disparos de arma de fogo, esperou os tiros acabarem e quando saiu do imóvel, encontrou o portão em chamas. Vizinhos ajudaram a apagar o incêndio e acionaram a Polícia Militar (PM).

Conforme a PM, a perícia constatou seis disparos de revólver calibre 38 no portão, muro e para-brisa do carro do morador. Também foi constatado que o fogo começou com um coquetel molotov, montado com uma garrafa de plástico e gasolina. Os militares fizeram rastreamento para tentar prender os envolvidos, mas ninguém foi encontrado.

Ônibus incendiado na cidade no início do mês de março - Foto: TV Alterosa/Reprodução

O segundo caso foi por volta de 22h30 de 4 de março, quando o motorista de um ônibus da Viação Valônia seguia pela Avenida Wagner Lemos Machado, e foi surpreendido por vândalos na altura do Bairro Jardim Colinas. Um homem deu sinal para o coletivo, se passando por passageiro, mas ao entrar na porta da frente do veículo colocou um capuz branco e mostrou uma arma para o condutor.

O motorista foi obrigado a descer e, imediatamente, outros três homens encapuzados entraram pela porta do meio. Eles jogaram gasolina nos bancos e no piso, em seguida, incendiaram o ônibus que ficou destruído. Os bombeiros apagaram as chamas e ninguém foi preso.

O terceiro ataque aconteceu na madrugada de 5 de março na casa onde mora um diretor do Presído de Itajubá, no Bairro Vila Isabel. Bandidos dispararam quatro tiros no portão e deixaram um cartaz colado com os dizeres: “contra a opressão carcerária”.
O papel foi recolhido pela PM e encaminhado para a Polícia Civil, porém nenhum responsável pelo ataque foi preso.

Na noite do dia 5, outros três ataques aconteceram. O portão e o muro da casa de um agente penitenciário foram alvos de sete tiros, conforme informou a PM. Agentes do Presídio de Poços de Caldas também acionaram a PM, porque ouviram estampidos na porta do prédio. No mesmo dia, quatro homens encapuzados invadiram um coletivo da Viação Valônia e atearam fogo em Itajubá. O motorista contou que seguia pela Avenida José Souza Nogueira, no Bairro Santa Rosa, quando um homem deu sinal para o coletivo e, armado, entrou pela porta da frente. Enquanto isso, outros três comparsas entraram nas outras portas e espalharam gasolina. Todos estavam encapuzados, conforme relatou o condutor do veículo. Os bombeiros apagaram as chamas. (Com informações de João Henrique do Vale).