O governador Antonio Anastasia (PSDB) não descarta a possibilidade do envolvimento de agentes penitenciários no roubo de 45 armas da Central de Escoltas de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O caso ainda está sendo investigado. Para o governador, é possível que alguém com acesso liberado ao local tenha participado da ação criminosa.
Em entrevista concedida à Rádio Itatiaia na manhã desta sexta-feira, o chefe do executivo voltou a comentar o caso, já classificado por ele como "inusitado e bizarro". Segundo Anastasia, a participação de um funcionário da segurança em roubo de armas, se confirmada, é lamentável e o caso está sendo tratado com prioridade pelo governo. "Foi mesmo um estratagema utilizado para o furto dessas armas e eu determinei ao Deoesp e ao secretário Rômulo (Ferraz, da Secretaria de Estado de Defesa Social) que dessem atenção prioritária na identificação e na busca dessas armas”, afirmou.
O governador, no entanto, afirmou que a suspeita não levanta alerta na segurança pública e que o assunto é considerado um caso isolado. “A ação de um ou de dois não lança sobre a categoria qualquer dúvida”. Anastasia disse também que não há falta de segurança, ao ser questionado sobre o fato de um local que armazenava quantidade expressiva de armas ser invadido.
Ação criminosa
O roubo das armas foi detectado no início da manhã da última segunda-feira, quando acontecia a troca de turno. Agentes que chegaram para trabalhar encontraram colegas dormindo e outros passando mal. A suspeita é de que eles tenham sido dopados. Quando fizeram uma verificação na sala de armas, detectaram que haviam sido roubadas 39 pistolas PT.40 e seis submetralhadoras. Além disso, foram levadas aproximadamente mil cartuchos.
Os agentes que estavam no local no momento do crime foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para passar por exames a fim de detectar a ingestão de algum produto que possa ter afetado seu estado de saúde. Os alimentos ingeridos também passariam por análise da Polícia Civil. A alimentação entregue aos agentes vêm em marmitas distribuídas pela empresa Stillus, que pertence à família Perrella, e ganhou licitação para o serviço. Porém, a PM afirmou que um suco e uma salada de frutas, levados por um dos agentes de plantão e consumidos por todos eles, pode ser a causa do problema.
Ainda na segunda-feira, a Seds anunciou o afastamento dos nove agentes que estavam na Central de Escoltas, visando a transparência nas investigações e a segurança dos profissionais. A Corregedoria da Secretaria está empenhada nas apurações sobre possíveis desvios de condutas de funcionários. .