Jornal Estado de Minas

Bombeiros interditam A Favorita por falhas em plano de combate a incêndio e de evacuação

Militares avaliaram que o restaurante, que foi atingido por incêndio no domingo, precisa de mais extintores e de melhorias na sinalização e iluminação de emergência

Guilherme Paranaiba
- Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press.
O restaurante A Favorita, que fica na Rua Santa Catarina, no Bairro de Lourdes, Região Centro-Sul da capital, foi interditado nessa segunda-feira pelo Corpo de Bombeiros. O estabelecimento foi atingido por um incêndio de grandes proporções na noite de domingo e os bombeiros avaliaram que é necessário fazer modificações para eliminar o risco iminente aos frequentadores, como a instalação de mais extintores e melhorar a sinalização e iluminação de emergência. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, sanados esses pontos e eliminado o risco, o restaurante pode ser reaberto. Também não foi encontrado nenhum Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), razão pela qual o estabelecimento foi notificado para providenciar a documentação.

No domingo, o fogo começou em uma panela e os funcionários que trabalhavam no momento não conseguiram combater as chamas antes que elas se espalhassem. O incêndio alcançou rapidamente a chaminé e se alastrou para o interior da cozinha, prejudicando principalmente a estrutura do telhado, que terá que ser trocado. Vizinhos informaram que as labaredas foram assustadoras, mas não houve tumulto ou pânico graças ao pouco movimento da região, típico das noites de domingo.

O dia seguinte ao susto foi de limpeza no restaurante. Funcionários entravam e saiam a todo momento carregando sacos de lixo com restos queimados. Na porta, um cartaz informava que, por motivos de força maior, o lugar vai ficar fechado nos próximos dias.
O gerente Nelson Maia explicou que tudo aconteceu por volta das 22h de domingo. “O restaurante já estava fechando, apenas três mesas estavam ocupadas. Desligamos as luzes para não correr nenhum risco e avisamos aos clientes, que foram embora”, diz ele. Maia disse ainda que os danos se restringiram ao forro de madeira, comprometendo a estrutura do telhado, mas um dos empregados, que preferiu não se identificar, afirmou que a cozinha ficou completamente destruída. “Queimou a cozinha toda. Está tudo preto”, diz.

O dono do restaurante, Fernando Mota, disse que é bem provável que o fogo tenha subido por conta da gordura na chaminé no momento em que alguma fritura era preparada. “Mesmo fazendo limpeza constante, ainda costuma ficar um pouco de gordura na coifa, o que pode ter causado o problema”, afirma. Ele disse que o imóvel é segurado e um perito da empresa responsável esteve no local para analisar o caso.

Susto

Vizinha do estabelecimento, a empresária Maria Virgínia Abi-Ackel Xavier mora em um prédio da Rua Tomás Gonzaga, em frente ao restaurante. “Foi um fogaréu impressionante. As chamas chegaram a passar por cima da chaminé”, diz ela. Ontem, as telhas de amianto que cobrem o forro da cozinha estavam chamuscadas, indicando o tamanho do incêndio. Apesar da grandeza do fogo, a empresária diz que não houve correria e nem tumulto. “O movimento aqui domingo é muito pequeno.
Mesmo assim, posso dizer que assustou muito”, afirma.

No fim da manhã, o aspirante Marcos Machado, do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, esteve no local para fazer uma vistoria pós-sinistro. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, ao fim dos trabalhos, o estabelecimento foi interditado. O capitão Frederico Paschoal explicou que o relatório com tudo que foi apontado ainda não está pronto, mas os problemas se resumiram à quantidade insuficiente de extintores, além da deficiência de sinalização de emergência e sua respectiva iluminação. Antes da interdição, a previsão dos responsáveis era reabrir o restaurante na quinta-feira. Porém, ninguém foi localizado para confirmar se a data se mantém mesmo depois da interdição oficial.

O Corpo de Bombeiros informou ainda que não foram encontrados nos arquivos da corporação registros do AVCB para o endereço. Por conta disso, o estabelecimento foi notificado para providenciar um projeto de prevenção de incêndio e submetê-lo à análise oficial, condição para a emissão do AVCB. Durante os trabalhos na noite de domingo foram gastos 1 mil litros de água. Os prejuízos relatados pelos bombeiros se resumiram ao fogão industrial, ao forro do teto, causando desabamento parcial do telhado da cozinha, além de danos na parte elétrica e paredes e teto chamuscados. Ninguém se feriu. A Prefeitura de BH informou que o estabelecimento tem alvará para funcionar como restaurante..