Jornal Estado de Minas

Boate sem alvará tira o sono de moradores no Bairro Lourdes

O estabelecimento, que funciona na Rua Aimorés, teve o alvará cassado em 2011 e ainda não regularizou a situação. Prefeitura notificou os proprietários

João Henrique do Vale
Proprietário informou que já deu entrada nos documentos para regularizar o estabelecimento - Foto: Beto Magalhães/EM/D.A.Press

Moradores do Bairro Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, voltaram a sofrer com os problemas causados por uma boate que funciona irregularmente na Rua Aimorés. O estabelecimento teve o alvará cassado em maio de 2011, mas mesmo assim continuou as atividades até março de 2012, quando novamente foi interditada. No início deste ano, as festas voltaram a acontecer no local e, junto com elas, o barulho e a arruaça feita por frequentadores na rua, segundo os moradores. Na última semana, após denúncia de vizinhos do estabelecimento, a prefeitura voltou a vistoriar o imóvel e notificou o dono por pelo menos três irregularidades, entre elas, a falta de licença para atuar como casa de shows. O proprietário do local afirmou que já entrou com a documentação para conseguir a autorização.

Após um longo tempo de portas fechadas, a casa de shows, que agora recebe o nome de Boite Evolution, voltou a funcionar. Um morador vizinho ao local, que não quis se identificar por medo de retaliação, contou que o som alto atrapalha o sono de pessoas que residem próximo ao estabelecimento “O barulho do som da boate, que tem péssima ou nenhuma proteção acústica, é muito alto. As pessoas que ficam saindo pra conversar ou fumar e falando alto e gritand, também atrapalham o sono”, contou.

As festas costumam começar quase de madrugada e só acabam na manhã seguinte.
“O som começa alto e forte a partir de meia noite e vai até 4, 5 horas da manhã ininterruptos”, disse o morador. Para tentar acabar com o desrespeito, os vizinhos estão se mobilizando para fazer denúncias. “ O condomínio afixou no elevador e entregou aos moradores orientações de como proceder quando houver barulho, como por exemplo ligar para o 156, que é o telefone de atendimento da prefeitura da capital. Há de fato uma mobilização”, afirmou.

Diante das denúncias, a Regional Centro-Sul fez uma vistoria na boate, na última sexta-feira, e encontrou algumas irregularidades no local. Conforme a prefeitura, o estabelecimento não possui alvará para funcionar como casa de shows, não tem bebedouro, e o dono não apresentou o documento de seguro de atividade civil, que trata sobre a segurança do local. A boate também foi notificada por exercer a atividade em risco iminente. Os responsáveis terão um prazo para regularizar a situação.

Histórico

Não é de hoje que o mesmo estabelecimento funciona na irregularidade. Em maio de 2011 o local foi interditado pela prefeitura por crime ambiental de poluição sonora. No ano seguinte, o em.com.br voltou a fazer uma reportagem sobre a boate, que mesmo com a licença cassada, novamente começou a receber clientes.

O proprietário da casa de shows, Herbert Oliveira, afirmou que está ciente sobre as reclamações e já está providenciando um alvará para boates, já que o local tem licença para funcionar como restaurante. “Hoje mesmo já dei entrada nos papéis no BH Resolve.
O problema que incomoda os moradores é que os clientes ficam do lado de fora conversando”, explica.

O empresário afirma que o local passou por reformas para tentar diminuir os ruídos. “ A boate ficou interditada durante quatro anos e, neste período, toda a acústica da casa foi refeita. Fizemos essa obra e gastamos R$ 350 mil. Ainda vou colocar massa asfáltica no telhado para tentar reduzir ainda mais o barulho. Inclusive hoje a casa de shows funciona apenas com um ambiente, já que o outro fechei para evitar transtornos”, afirmou.

Oliveira ressalta que já tentou entrar em contato por várias vezes com os moradores do prédio vizinho, mas ninguém quis recebê-lo. .