De acordo com a Cemig, os tremores provocaram problemas na subestação de energia que fica perto do epicentro do fenômeno. Serviços de telefonia e internet foram temporariamente interrompidos. Depois do abalo mais intenso, seguiram-se três menores, chamados réplicas. Às 16h31, o fenômeno voltou a assustar, alcançando 4,1 pontos, segundo a UnB.
O reboco do teto de uma casa caiu e uma criança ficou levemente ferida. Na Vila Alice, um telhado foi danificado.
Maio Fenômenos sísmicos não são novidade para os montes-clarenses. Em maio de 2012, um tremor de 4,2 pontos na escala Richter provocou rachaduras em cerca 60 casas na Vila Atlântica, situada na área onde há uma falha geológica.
Desta vez, o susto foi considerável, pois os cinco tremores ocorreram no mesmo dia. Moradores se angustiaram com a falta de informações sobre a intensidade do fenômeno. Ontem de manhã, logo em seguida ao primeiro tremor, entrou em ação a força-tarefa formada por Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Cemig, Defesa Civil Municipal e Guarda Municipal. No entanto, a equipe não conseguiu informações oficiais do Observatório Sismológico da UnB sobre a magnitude dos abalos. O órgão é encarregado de monitorar tremores de terra no país.
O coordenador municipal de Defesa Civil de Montes Claros, Mattsson Malveira, disse que a falta de dados oficiais dificulta o trabalho de prevenção e orientação aos moradores. “É preciso postura mais séria por parte do governo federal. Necessitamos de informações mais detalhadas para podermos ajudar a população”, criticou Malveira. De acordo com ele, a situação foi atípica, pois houve vários tremores no mesmo dia.
O chefe do Observatório Sismológico da UnB, professor Lucas Vieira Barros, explicou ao EM que se encontrava numa cidade-satélite de Brasília. No fim de semana, não há funcionários no Observatório, informou.
De acordo com o especialista, aparelhos registraram as magnitudes do primeiro e do último abalos, mais fortes. “Os outros tremores, secundários ao primeiro, foram de menor intensidade. É necessária leitura mais precisa para poder calculá-los”, afirmou.
Pânico e casa interditada
Ana Carolina Ferreira Mesquita, de 14 anos, assistia à TV na sala da pequena casa onde mora, no Bairro Delfino, quando despencou o reboco do teto. Um fragmento atingiu a adolescente. “Só fez um ‘galo’ na minha cabeça”, contou ela, muito assustada. Por causa da chuva, há infiltrações na laje, o que contribuiu para a queda do reboco.
O imóvel foi interditado pelo Corpo de Bombeiros. “Não sabemos para onde ir”, reclamou, desolado, o agente sanitário Francisco José Mesquita, de 43, pai de Ana Carolina. “Agora, só Deus”, lamentou a menina.
No Centro de Montes Claros, mais pânico. Uma mulher, que não quis se identificar, saiu correndo para a rua depois de ver surgirem rachaduras na parede da cozinha de seu apartamento, no terceiro andar. O Corpo de Bombeiros foi acionado para resgatar três pessoas presas em elevadores.
O tremor da manhã foi sentido com mais intensidade na Vila Atlântica, que fica perto do epicentro do abalo. Os moradores saíram correndo, muito assustados. “Estava lavando roupas, e a casa toda balançou”, contou a doméstica Sueli Pereira da Silva. No final da manhã, ela ainda temia voltar para sua residência.
Vizinha de Sueli, a auxiliar Alaíde Ferreira da Fonseca não escondia a apreensão. “O tremor foi muito forte”, revelou. Apesar do susto, Alaíde teve um consolo: desta vez, não houve rachaduras em sua casa, como ocorreu anteriormente..